Vivo: Boa tarde. Aqui é da Vivo. Eu gostaria de falar com o Sr. Rogério.
Eu: É ele, uma boa tarde.
Vivo: Foi o senhor quem reclamou na Anatel sobre a qualidade de nossos excelentes serviços de internet?
Eu: Foi sim, mas eles não são excelentes, muito pelo contrário.
Vivo: Perdão senhor, mas quem define se eles têm ou não qualidade somos nós. Por acaso o senhor sabe o que é diagrama de Pareto? Claro que não. Logo, não sabe do que está falando. Mas, nossa empresa tem o nobre conduta de sempre achar que o cliente têm razão, embora isto nunca aconteça. Então vamos admitir, por hipótese, que o senhor possa ter razão e nossa qualidade esteja ruim.
Eu: Vocês são muito gentis.
Vivo: Eu sei senhor. Para agilizar, me dê seu endereço.
Eu: Mas eu já disse 1 milhão de vezes que moro na fazenda.
Vivo: Perdão senhor, mas é a primeira vez que diz isto. Pois bem, o senhor mora na fazenda, então seja solícito e me dê o endereço e o CEP do local.
Eu: Meu filho, fazendas não têm endereço nem CEP. O correio não vem aqui.
Vivo: O senhor mora no Brasil?
Eu: Sim, claro, não entendi.
Vivo: Perdão senhor, mas o correio vai a todos recantos do Brasil, por menores que sejam. Pois então, respire fundo e diga logo o endereço. O senhor sabe ler?
Eu: Sim meu filho, eu sei ler. Olha, isto aqui é uma fazenda, tem vacas, arvores, cavalos e florestas.
Vivo: Captei sua mensagem. O senhor é do estilo Tarzã? Mora nas árvores? Neste caso lamento, não estamos autorizados a atender clientes pendurados em arvores. A Vivo é antes de tudo, uma empresa ecológica. Coisa feia senhor!.
Eu: Olha, é o seguinte, eu posso lhe dar minhas coordenadas geodésicas. Você conhece um GPS, não?
Vivo: Evidente senhor, deixe de ironias. Eu tenho um GPS. Qualquer pessoa normal tem um GPS. O senhor eu não sei, afinal não sei se é normal morar em árvores.
Eu: Ok, anote então minhas coordenadas..
Vivo: Perfeito senhor, vejo que o senhor mora na beira de um grande lago. O senhor é pescador? Não temos ainda o serviço de internet marítima. O senhor tem que reclamar com a Presidente Dilma neste caso. Posso transferir se quiser.
Eu: Eu não sou pescador, moro numa fazenda na beira da represa.
Vivo: Sei, mas vejo aqui, que sua toca está do lado de Minas Gerais e o senhor adquiriu o serviço em Goiás. Lamento senhor, se o senhor não mudar para a outra margem agora, vou denunciá-lo por pirataria.
Eu; Está bem, não me denuncie por favor, mas eu também tenho um chip 3G de Minas Gerais.
Vivo: O senhor é esperto, tentando me enganar?
Eu: Claro que não. Posso te dar o numero já.
Vivo: Ok senhor, este é o problema. O senhor está em Minas e nosso sinal não está autorizado a atravessar o rio. Portanto use o chip correto e procure sinal de uma cidade mineira mais próxima.
Eu: Não posso. Aqui só pega sinal de Goiás. Estou na fronteira Minas Goiás.
Vivo: Então senhor mude sua sede para o outro lado do rio e podemos conversar.
Eu: Ok, Ok Ok, eu tenho uma instalação em Goiás, pode olhar ai na tela. Você me verá nadando até a outra margem.
Vivo: Sim, estou vendo. O senhor até que nada bem, mas não molhe o modem, afinal ele está fidelizado e o senhor ainda nos deve algumas parcelas.
Eu: Ok, prometo se eu me afogar, tento salvar o modem primeiro.
Vivo: É bom mesmo. Vou deixar uma musiquinha para o senhor e quando chegar lá, me chame. Mas não precisa gritar. Seja educado.
Eu: Você é muito gentil.
Minutos depois...
Eu: Alô Vivo, câmbio?
Vivo: Pois não senhor, em que posso ajudar?
Eu: Não se lembra, eu atravessei a represa, para pegar o sinal de Goiás.
Vivo: O senhor é um fanfarrão. E o que eu tenho com isto senhor?
Eu: Filho eu quero resolver o problema de minha internet.
Vivo: Mesmo? O senhor é técnico? Se o senhor fizer isto perde a garantia, entendido?
Eu: Ok, então por favor resolva meu problema.
Vivo: Desculpe senhor, não sou psicanalista senhor. Ligue para o AAA ou para os bombeiros. Eles podem dar um jeito.
Eu: Filho, quero que resolva o problema de minha internet.
Vivo: Ah, por que não disse antes. Sim , claro, isto é comigo mesmo. Qual é o problema, nossos sistemas jamais dão problemas. O senhor é um fanfarrão?
Eu: Não sou. Minha internet está muito lenta.
Vivo: Um vejamos. Mas a localidade que o senhor está é 2G, logo a velocidade é baixa mesmo. Senhor, eu tenho mais o que fazer.
Eu: Ok, espere, mas minha velocidade é de 10 Kbps.
Vivo: huahuahuahuahuahua o senhor é hilariante. Senhor, isto não existe.
Eu: Mas é a velocidade com que eu estou acessando a Vivo neste momento, olhe no seu monitor.
Vivo: Estou vendo. Inacreditável. O senhor se chama Barrichelo?
Eu: Não senhor.
Vivo: Então o caso é grave, vou consultar nossos especialistas, volto a ligar em 5 dias. Tenha uma boa tarde.
Cinco dias depois
Vivo: Senhor Rogério por favor.
Eu: É ele,
Vivo: Olá senhor. Por favor, pule na represa e nade até a outra margem. Precisamos fazer alguns testes.
Eu: De novo?
Vivo: O senhor quer resolver ou não seu problema?
Minutos depois:
Eu: Pronto, já estou acessando de Goiás.
Vivo: Huahuahuahuahua, o senhor é ótimo. Está ouvindo as palmas? É a galera aqui acompanhando sua travessia. O senhor está muito popular por aqui.
Eu: Ok obrigado, mas podemos fazer os testes?
Vivo: Infelizmente não, senhor. Os especialistas disseram que nada podemos fazer. Nossa prioridade nesta área é atender o serviço de voz. Internet, nem pensar. Pode voltar para Minas, mas espere um minutinho, vou chamar a galera.
Eu: Isto é um absurdo. Vou chamar a Anatel.
Vivo: O senhor quer que eu transfira. Posso te colocar em contato com uma pessoa incrível que conheço lá.
Eu: Vou ao Procon.
Vivo: Isso senhor, assim que se fala. Aliás, também conheço alguem lá, se quiser posso transferir.
Eu: Não obrigado, eu mesmo faço isto.
Vivo: O senhor é quem sabe. E obrigado por utilizar nossos serviços. Por favor, o senhor poderia responder um questionário rápido sobre a qualidade do meu atendimento.
Eu: Vocês vão acabar me matando. Tenho vontade de pular da janela.
Vivo: Senhor não faça isto, suicídios fazem mal a saúde. Tenha uma boa noite senhor e comporte-se. E responda o questionário, ok?