Maria Edith Rufino |
Tentamos entender o que realmente somos, quem somos, procurando nos pontos mais remotos e obscuros de nossas mentes, na esperança de se conseguir um conhecimento mínimo para que, possamos superar nossa natural limitação de entendimento das coisas mais subjetivas desta existência, aquilo que não segue normas, preceitos e sim ao que parece ser um estado caótico permanente. E no embate entre nossas memórias visuais, nossas crenças, aquilo que ouvimos e falamos, procuramos respostas nem sempre possíveis, provavelmente devido a este conhecimento limitado que parece sempre chegar muito tarde, se é que algum dia ele chega realmente. Sempre esbarramos em limitações científicas, técnicas e culturais que nos impedem de se chegar a alguma conclusão precisa.
A melhor forma, para mim, é escrever, colocando para fora todas minhas perguntas e ao mesmo tempo tentar respondê-las. E se não conseguir, não tem importância pois não desisti não me estagnei, eu tentei e já terá valido a pena. As vezes a pergunta certa é mais importante que uma resposta precisa a uma pergunta tola.
Termos como, incredulidade, intolerância, razão, ética, mal e corrupção, às vezes fazem com que minha mente navegue por mundos que talvez nem existam. É semelhante a um navio em um cruzeiro, que apesar da aparente tranquilidade e segurança, sempre navega por águas que podem ser traiçoeiras de um oceano poderoso, insondável e às vezes impiedoso.
E neste universo que é a mente humana, retorno a um tempo de grandes mudanças e percebo que sempre houve erros graves e acertos brilhantes, como na intolerância da igreja católica, com erros xenofóbicos, sanguinários e vingativos, que até os dias de hoje obriga o Papa desculpar-se por eles. O mesmo com o Islamismo e outras religiões, que frequentemente, homens mal intencionados a interpretam de acordo com seus interesses para praticar atos vergonhosos.
Estes são pequenos exemplos, mas sabemos que existem aos milhares no passado e assim como sabemos que destes erros, também sabemos que nas grandes guerras foram tirados ensinamentos riquíssimos, de grandezas incontestáveis.
Porem o ser humano teima em continuar em seu mundinho particular e egoísta. Por mais que tenhamos evoluído, ainda somos primitivos e superficiais e nada parece ser capaz de conter a natural agressividade do ser humano.
E nesta viagem sem fim da mente, pergunto-me se a inteligência é nata ou é uma questão genética. Sinceramente não sei a resposta, pois acredito, que também possa ser um conceito pessoal, variando de pessoa para pessoa.
Acredito fielmente que Jesus é infinitamente mais inteligente que todos pois pregou todo o tempo a igualdade, mas o que seria este igual, já que os homens não querem ser, uns querem ser sempre mais poderosos que os outros. Será então que neste quesito Jesus pregou em vão? Não acredito, pois uma vez uma semente plantada ela há sempre de germinar, basta enterrá-la? Às Vezes, em outras há a necessidade de verificar o ph da terra, da retirada da erva daninha, do adubo,e da água. E se trazemos isto para nossa vida e interpretarmos cada problema, cada situação como sendo esta semente, acredito na obtenção de bons frutos.
Portanto acredito que Jesus falava de uma igualdade diferente da palavra que existe no dicionário, Ele não quis dizer, faça de sua vida uma matemática simples, onde 2+2 são 4. Acredito mesmo que, Ele nos disse, lute para que seja um homem bom, sedes humilde e saiba ouvir independentemente de quem seja o outro e se disposto a dialogar entenda o coração, não seja egoísta para com o outros... matematicamente como muitos querem a vida, só teria um conselho nesta conclusão e que eu mesma não esqueça, que é a equalização da vida, a balança entre o bem e o mal, a balança da incredulidade e da fé e assim sucessivamente.
Se cada indivíduo pudesse ou tivesse condição e vontade de melhorar, tudo seria mais fácil, mas a verdade é que a natureza humana gosta e aprova todas as controvérsias, ou se tudo de paz fosse, talvez também perderíamos o sentido de viver. Porém ainda assim acredito que os "mass-media", grandes intelectuais, as religiões podem contribuir por um mundo melhor. Homens como Richard Dawkins, Umberto Eco e Noam Chomsky, considerados os maiores intelectuais da atualidade, poderiam e muito colaborar, mas à medida que se intelectualiza, mais distante de Deus e dos homens ficam, e sempre me pergunto a razão de tudo isto. Seriam as falhas entre o que a bíblia diz e o que a ciência diz? E daí? pergunto eu. Todos os livros sagrados foram escritos por homens e nos somos passíveis de erros,e na minha pequena cabeça, simplesmente imagino que um apóstolo exagerou em alguma passagem, assim como nós mães um dia exageramos em alguns conselhos aos nossos filhos para que um mal maior não acontecesse. Simples assim, porém esta simplicidade seria indubitavelmente motivo de riso para muitos, mas não me importo. A vida tem que ser simples, sincera... Mas também sei da importância da ciência e de homens como estes, porém eu SINTO que Jesus é soberano! E acredito que um dia Ciências e Deus se dêem as mãos.
Esta incredulidade, que nada mais é do que uma recusa no crer, nasce da rejeição pela simples conveniência do ser humano em muitos casos. É impossível sufocar uma verdade, se a simples existência dela, nos obriga a conviver com ela diariamente. Então que sejamos simples, verdadeiros, sem rodeios, sem mentiras... Isto não e fácil, faz doer muitas vezes, porém por pior que seja uma verdade com o passar do tempo descobrimos que o mal causado no presente é o que te fará crescer no futuro.
Sei, que precisamos de obras divinas no coração, de uma mente aberta, para que afeições não sejam afetadas, por isso para que semear a dúvida, se ela geralmente advém de uma fraqueza, e desta fragilidade, aproveitam pessoas e circunstâncias para em nós prevalecer, pois o que vivemos e a teologia parecem não se harmonizar, mas vejam bem, só parecem, o cérebro humano é complexo sim, mas é harmonioso, é regido pelos nossos pensamentos, creio eu, se conseguirmos este equilíbrio no pensar, tudo o mais será passado logo.
Existem duas frases que me ajudaram no dia hoje e que vieram de encontro a tantas letrinhas que pela minha mente passaram: a primeira é de São Francisco de Assis "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível", a segunda é de Clarice Lispector: "escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada