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terça-feira, 21 de junho de 2011

Marcha das Vadias e as Redes Sociais

É inegável a contribuição que as redes sociais prestam ao nosso enriquecimento cultural. De todas elas o Twitter é o mais completo, e utilizando bem suas listas, que nos permitem separar o joio do trigo, podemos nos manter atualizados com aqueles assuntos que efetivamente nos interessam. Mas ele é menos friendly, e o Facebook tem este ambiente mais grande família e é ali que encontramos o que existe de mais heterodoxo. 


Dias atrás meu Face foi inundado de posts de uma tal marcha das vadias que, a princípio pensei que era de representantes da mais antiga profissão do mundo reivindicando seus direitos, como CLT, FGTS e aposentadoria precoce por periculosidade, mas não, no dia 18 de junho mais ou menos, ocorreu a famosa e importantíssima Marcha das Vadias (Slut Walk) em todo território nacional. 

O Movimento teve origem em Toronto, Canadá, quando um policial aconselhou às mulheres que evitassem se vestir como "vadias" a fim de evitar a violência sexual. Esta declaração infeliz, gerou uma série de protestos em cascata no mundo todo, contra a declaração infeliz do policial que inverteu a ordem dos fatores, ou seja a vitima se tornou culpada da agressão. Mas, eu suspeito que, também é uma luta pela preservação do estilo vadio de ser, modelito que nunca saiu de moda na verdade. 

No intuito de apresentar ao leitor um painel fidedigno de como foram as manifestações em Pindorama, busquei junto a minhas X-9 (informantes na gíria jornalística) um relato sucinto das manifestações em diferentes pontos do território nacional: 

São Paulo 
A cavalgada das Valquírias, quer dizer a Marcha das Vadias, transcorria dentro da mais absoluta paz quando, na Esquina da Av. Ipiranga com a São João, as Vadias cruzaram com a Marcha das Pessoas Diferenciadas. Vendo aquela mulherada em trajes mínimos, turba diferenciada partiu obviamente para aplicar a teoria do policial canadense, buscando o sexo fácil com as "vagabundas" asi no mas, que responderam imediatamente com pedradas e coqueteis molotov. A confusão foi num crescendo tal até que os manifestantes foram contidos pelas balas de borracha, cassetetes, cães raivosos e gás mostarda disparados pela tropa de choque do governo. 

A turba protestante, temendo ser massacrada, saiu em disparada no meio do rush paulista, e muitos acabaram pisoteados pelos elefantes de um circo das redondezas que, assustados com o tiroteio, trataram de se safar também, acompanhando a multidão galopante e saltitante. No final da farra do boi, quer dizer, do elefante, não se sabia mais, quais manifestantes eram vadios e quais eram diferenciados e pelo sim pelo não foram todos taxados pelo delegado de plantão, Sr. Otoridade da Silva, como vadios diferenciados. 

Curitiba 
A Marcha ocorreu sem maiores sobressaltos. Ela começou no estádio do Cocha, com pelos menos 112 vadias e muitos vagabundos simpatizantes. Em pouco menos de 30 minutos no entanto, mais da metade das vadias, foram vitimadas pelo frio glacial curitibano e cairam como galinhas congeladas no macadame envenenado das ruas curitibanas. A outra metade foi atacada ferozmente por um grupo de neo-nazistas e somente uma manifestante conseguiu terminar a marcha pela vitória galinácea: uma velhinha de 92 anos, ignorada pelos neo-nazi, que havia entrado na manifestação por engano, achando que era alguma procissão de São Lutero. 

Brasilia 
Tudo ia muito bem pela esplanada até que a líder das vadias botou a boca no megafone conclamando as vadias de qualquer raça e credo a se juntarem a marcha vagabundícea. O políticos que ainda estavam no congresso e nos ministérios ouvindo aquela palavra mágica, vadias do mundo, uni-vos, pensaram que o negócio era com eles, alguma luta da corporação pela melhoria de seus aviltantes salários e desceram em disparada rumo a marcha messalínica. Nos bordeis próximos, as vadias profissionais também resolveram aderir aquela manifestação amadora e abandonaram o restante dos políticos de Pindorama de mão e bilaus abanando, saindo em correria,  deixando um rastro de destruição e óleo Johnson pelos corredores dos covis

Rio de Janeiro 
A vadiagem saiu pelas areias de Copacabana peladas e gritando palavras de ordem. Subitamente o pelotão de frente foi dizimado por uma saraivada de balas perdidas disparadas por um chefe traficante que estava testando seu novo fuzil automático. Como o bando saiu na correria temendo coisas piores, foram atacados por um pelotão do Bobe confundidos com arrastão. O Caveirão entrou arrasando em alta velocidade atropelando as vadias ao mesmo tempo que lançava granadas de em todas as direções. A única vadia sobrevivente acabou sendo trancafiada por vadiagem.

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