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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dilma x Serra x Marina: Faça a Escolha Certa ( 1 ) (by Rogerio Rufino)

Não gosto muito de política e minha participação mais incisiva num evento político se deu há muitos anos, mais exatamente no século passado, na grande manifestação das Diretas Já, na Praça da Sé em Sampa. Eu estava lá senhores, mais precisamente num sebo de livros, procurando, no meio de prateleiras empoeiradas, pockets books americanos para comprar. Enquanto isto, lá fora, a multidão entoava canções e vibrava com os discursos de vários políticos, incluindo nosso presidente, Lula, que na época ainda não tinha o seu atual formato de tonel de carvalho.

Outra manifestação cívica que participei, juntamente com minha família, foi num 4 de julho em Washington, o qual passamos juntamente com uma pequena multidão de americanos patriotas, em um gramado bem em frente ao monumento a George Washington. Na saída, caminhávamos com a multidão e minhas meninas começaram a cantar uma musiquinha de um filme sucesso na época, e as velhinhas americanas responderam com o hino nacional, cantado com ímpeto e verdadeiro patriotismo dos bravos que lutaram pela independência. E aí eu pude compreender porque tantas bandeiras americanas tremulam nas casas americanas: a independência ali, foi conquistada na marra, com sangue, suor, dor e lágrimas.

A nossa, foi conquistada por recomendação do império Português, após uma bebedeira desenfreada dos independentes e do príncipe regente. Talvez seja este o motivo porque só se vê bandeiras do Brasil tremulando nos lares brasileiros em época de copa do mundo. Certa vez coloquei uma bandeira brasileira na fazenda. Assim que a viram, meus funcionários correram desesperados para suas casas, pensando que a copa tinha começado. Foi chato, tive que tirar. Bem, não importa cada povo com suas tradições.

Dilma, a escolhida do presidente Lula

Atualmente temos um presidente populista de esquerda, alguém que se tornou maior que o  próprio partido, o PT. Com 80% de aprovação popular, ele pôde conter a ala radical e perigosa do PT. Com esta aprovação na verdade, ele pode fazer o que quiser. Ele poderia até mesmo eleger seu filho Lulinha ou Dona Marize, mas ele foi até generoso, e fez outra escolha. 

Vai até se candidatar ao Oscar, com seu filminho. O culto a personalidade é comum em qualquer regime ditatorial, Stalin, Fidel, Perón, Hugo Chaves etc. O nosso ainda é democrático, mas o presidente e seus correligionários vivem tentando cercear a liberdade de imprensa e “Uma vez amordaçada a imprensa não importa por quais motivos, a ignorância inegavelmente entra em cena, incontrolável.” Heberto Padilla.

O presidente Lula, escolheu pessoalmente sua candidata a sucessão, contrariando alguns setores do partido. E o fez por dois motivos:

1) Dilma praticamente salvou o presidente Lula do impeachment na época do mensalão e segundo a figura insuspeita de Pedro Simon, o processo já estava pronto para ser instaurado. Então, sai de cena José Dirceu e entra Dilma em seu lugar, e tudo mudou. Ela conseguiu reverter a situação e salvar o presidente. Sem dúvida, é muito competente.

2) Ele a escolheu porque ela é uma técnica, sem carisma, e sem chances mínimas de se tornar maior que ele, ofuscando-lhe o brilho.

Este raciocínio é muito comum no mundinho dos executivos. Um chefe sempre irá contratar alguém que não tenha possibilidades de brilhar mais que ele e acabar tomando seu lugar. E se alguém começa a brilhar mais que o devido, logo são enviados os executivos avatares com a missão de neutralizá-los. O executivo Avatar é um ser dissimulado e pegajoso, enviado pela alta direção para ver se tem alguma coisa errada na empresa, como mau olhado, olho gordo e outras cositas mas e eliminá-las, com requintes de crueldade.

O grande Fernando Henrique também agiu assim, errando lamentavelmente, ao não apoiar enfaticamente o candidato do PSDB a sua sucessão e até mesmo tecendo elogios a Lula, dizendo que era chegado a hora dele, o líder operário. Imagino que, FHC pensou que toda falta de conhecimento, experiência administrativa e de cultura de um líder operário, seria um desastre total, e que logo todos estariam pedindo o seu retorno. Ledo engano.

Na verdade, FHC foi o grande responsável pelas bases do Brasil moderno de hoje, mas não conesguiu capitanear este feito junto aos ”descamisados” e sequer junto a classe média. Demasiadamente culto e capaz, não teve a humildade necessária ou não quis, para se tornar um líder popular. Ficou magnânimo, acima de todos, no seu Olimpo. Mas passará a história, como o grande responsável pelo Brasil grande, o Brasil moderno e sem inflação. Mas esta é outra história.

Voltemos a Dilma. Vi alguns pronunciamentos dela, firmes. Mas a vi também gaguejar em entrevistas. Isto demonstra certa angustia, típica dos técnicos competentes, que ao serem questionados, normalmente por perguntas idiotas, não conseguem ter e transparecer a tranqüilidade necessária de um líder da nação. Não possuem o perfil político. Vale lembrar que um dos presidentes americanos de maior sucesso, era Ronald Reagan, desprovido de muitas luzes, mas que,  como Lula, soube-se assessorar de pessoas competentes e com elas decidir pelo mais sensato.

Um técnico competente como Dilma não se sujeitará a este papel e tentará impor sua verdade absoluta e é ai que as coisas começam a complicar, gerando tensões, e inimizades e disputas políticas e finalmente o “Até tu Brutus”, o conluio, a traição e aniquilação do agente indesejável, pela camarilha política, que desde o império Romano, se comporta no mesmo modus operandi. Além disto, um técnico na presidência, não tem muito sentido. O presidente não é um executor, ele é o CEO da nação. Cabe a ele decidir as linhas mestras e conseguir que sua equipe trabalhe unida e coesa nas suas execuções.

O Passado de Dilma

Dilma lutou contra a ditadura militar, da maneira mais enfática possível: a luta armada. Iniciei na faculdade lá pelos idos de 78, e nesta época conheci alguns idealistas de esquerda, os comunas como eram chamados. Possuíam um fanatismo religioso pelo comunismo inabalável, embora a maioria nunca tivesse lido Max ou Engels. Não, estavam ali pela luta de classes, a revolução que iria entregar o poder as massas. E acreditavam piamente nisto. Em todos eles eu percebia misteriosa atitude do corpo para ocultar os defeitos da mente. Ressentimentos, complexos e uma miríade de problemas psicológicos, levavam aqueles idealistas a lutar pelo bem estar das classes e a implantar o comunismo, nem que tivessem que matar os componentes das tais classes, um a um. Verdadeiros homens bomba, acreditavam piamente que matando, tirando a vida de outros seres humanos, iriam levar a humanidade para o paraíso. Quanta besteira eu vi, meninos.

Dilma provavelmente foi um destes xiitas que lutavam para uma causa maior, estando disposta a roubar e a matar por isto. Os meios justificavam os fins, afinal, se consideravam em guerra contra o governo. Triste América Latina. Não me lembro de guerras entre países neste continente, exceto as do século 19, guerra do Paraguai, ordenada pela Inglaterra. Aqui se prefere guerrear contra a população, pois guerrear contra outro país parece ser ilegal. Os governos matavam pessoas, os guerrilheiros matavam pessoas e soldados, mas ninguém deu um tirinho no país vizinho.

Hoje tudo isto parece distante e eu sinceramente, acho difícil admitir o fato que um civil se treinou para matar, roubar e praticar atos de destruição, mesmo que isto signifique lutar em prol da humanidade. Vivi naquela época, mas mesmo assim tenho dificuldades com isto. 

O mesmo penso da ditadura que, praticava a mesma coisa por outros ideais. 
E no final,  a liberdade foi finalmente conquistada, não graças a luta destes grupos armados, mas simplesmente porque o milagre econômico acabou com a crise do petróleo e os militares, que lutavam internamente com os grupos terroristas, cada qual com sua ideologia, acharam melhor entregar o país de volta a legalidade. No que fizeram muito bem. No exército também haviam os democratas e que trabalharam na medida do possível para neutralizar os radicais e reinstalar a democracia.

Os terroristas, eram os radicais da esquerda. Radicais, quer de esquerda ou direita, são a desgraça do mundo. Mas um radical pode mudar?
To be continued
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