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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Marina I. Jones de Volta ao Passado - Cap 12 (by Rogerio Rufino)

Queridos amantes empedernidos desta saga nebulosa, tempestuosa e mentirosa: a partir deste capitulo, esta trama entra em ritmo alucinante, inebriante e estonteante, com múltiplas viagens no tempo-espaço. Pronto, já que gastei todos meus adjetivos logo de início, voltemos para a história que é mais produtivo.

Como se lembram, o fogoso Dilmajet rodopiante com nossas aventureiras de plantão on board, foi abordado por um portal cósmico cujo piloto destrambelhado, desapareceu numa bela explosão estelar, espalhando no espaço sideral, um infinidade partículas penetrantes de alta-eneria, especialmente devido a um  logotipo do corinthias e de um jacarezinho da Lacoste que ornamentavam a vestimenta fantasiosa de nossa astronauta carnavalesca, o que gerou uma infinidade de multas do IBAMAspace, por espalhamento de lixo espacial radiativo sem a devidas guias de autorização de depósito do jeton dos fiscais espaciais. 

- Vamos dar o fora Pingajet, disse Marina Jones.

- Nãoooooooooooooo Protestaram Ana Label e Noemia Tónel agarradas ainda aos últimos recipientes do precioso nectar escocês.

Yessss, disse Mini Selmurai ao mesmo tempo em que se atirava no espaço, em direção ao grande portal que a este momento já estava em bandeira 2, devido o horário. A mine-joquei espacial pulou como de costume, totalmente despreparada esquecendo-se de   sua vestimenta espacial.

Marina Jones puxou suas duas amigas em coma alcoólico para o pequeno space51, um nave de fuga feita especialmente para o presidente em caso de pane, mais que provável,  no Dilmajet e pousaram no interior do Portal Cósmico. A pequena nave, por uma destas incriveis coincidências do destino, capturou a mini-joquei congelada no espaço que, ficou presa numa ponta de um dos imensos chifres que ornamentavam o capô do space51, como num daqueles Cadillac´s de cafetões texanos.

Já dentro do portal, Marina Jones tratou logo de depositar a  pobre freira congelada em cima da primeira geladeira que encontrou naquela catacumba do tempo. E ela ficou ali, freezing,  como um...um pinguim de geladeira.

Assim que se desvencilhou do sorvete ninja, Miss Jones  dirigiu-se a cabine de comando do Portal Cósmico. Uma maravilha tecnológica,  completamente pontilhada de pequenas luzes. No centro, uma espetacular cadeira de executivo, com numero de patrimônio da União e um santinho de Sarney para Senador de qualquer estado. As luzes na verdade eram velas, talvez em função de um trabalho elaborado de candomblé para evitar que alguns perigos do espaço sideral pudessem comprometer o Portal, como olho gordo e mau olhado.

Num crachá pendurado em um dos braços da fabulosa poltrona estava uma foto, que Marina Jones logo reconheceu como sendo do ex-piloto pirotécnico do portal  deduzindo que o serviço de bordo ali era de primeira pois a foto era recente, do atual estágio extra-corpóreo do aloprado piloto: um belo ectoplasma.

Mas, para sua surpresa, logo abaixo da foto, estava o titulo do piloto: Tenente coronel Dalva S., funcionário fantasma e piloto concursado de Portal Cósmico e lotado em Brasilia. 
- Caramba, balbuciou Misss Jones, até no espaço, a fronteira final, estes funcionários públicos estão espalhando seus tentáculos?

- O meu rei, finish, zé finit, chorou copiosamente Ana Label, ao verificar que a ultima garrafa do precioso blend escocês estava definitivamente vazia, o que não impedia que Noêmia Tonel, continuasse sorvendo a garrafa com indecifrável prazer, como num filme pornô. Aquela pouca vergonha espacial, ao menos serviu para despertar a mini freira de sua hibernação cósmica.  De repente o picolé de groselha glacial teve um surto de aquecimento global que fez com derretesse num átimo, sua camada polar e ela saltou do alto da geladeira com os olhos esbugalhados e se contorcendo como uma mini-serpente.

- Ticket por favor, soou uma voz como vinda do além. E era justamente ela, a explosiva astronauta com um picotador em uma das mãos.

- Ai Zizuias, um fantasma - exclamou a incrédula e rastejante Irmã Selmurai. 

- Onde , onde? - gritou desesperada o piloto fantasma e saiu correndo feito um fantasma doido  portal adentro.

- Bem, pelos menos, vamos viajar de qualquer forma com ou sem ticket e pelo visto, sem piloto, resumiu a situação Miss Jones.
- Senhor Chekov, velocidade máxima a frente, dobra 8, disse a Capitã M. Kirk Jones para o oficial de navegação que deveria estar em algum lugar da Tumba Cósmica Espacial.

Passados alguns segundos,  ouviu-se um leve tremor acompanhados de alguns estampidos nos escapamentos Kadron do Portal, mas em seguida roncaram-se os motores que mais pareciam as trombetas de Jericó, e assim que a luz verde acendeu, o portal desapareceu na escuridão eterna do espaço deixando apenas um rastro de luz.  Nossos aventureiros foram jogados na parede oposta do portal, e ficaram lá pregados como paquecas estelares, até que a o Portal entrou em velocidade cruzeiro.


Minutos depois Miss Jones percebe que o portal simplesmente freia no espaço, levantando um turbilhão de poeira cósmica. E engata marcha ré e dispara a dobra 6 ao som de Poeira, poeira, de Ivete Sangalo.

- O que houve senhor Chekov. 

- Senhor, esquecemos um passageiro.

Nossos incrédulos aventureiros olhavam boquiabertos a bela  carruagem shuttle real aproximar-se do Portal.  E então as portas se abriram e um tapete vermelho quilométrico foi lançado no espaço até o shuttle equino real.

A música Pompa e Circunstância ecoou na embarcação enquanto um passageiro era transferido para o portal: a Duqesa de Coimbra, Isabel. Ouvindo a músca, A Freira Niinja jogou uma perna para frente e colocou a mão no peito como se ouvisse o hino nacional.

Assim que entrou no portal, a Duquesa Isabel vendo a nossa mini-joquei Ninja ainda na posição de estátua patriótica,  a requisitou para ser sua mascote durante seu passeio estelar. 

- Senhor Chekov, velocidade máxima, disse Miss Jones

- Para onde mesmo Miss Jones?

- Para o futuro Sehor Chekov, qualquer lugar no futuro, respondeu entediada Miss Jones.

- Roger that, respondeu Chekov.

Algum tempo depois estavam em órbita em torno de uma planeta azul.

- Senhor Chekov, voltamos a terra novamente? perguntou Miss Jones

- Sim senhora, mas estamos a mil anos a frente de nossa era.

- Teletransporte pra todos,  vamos descer, disse Miss Jones e nossas aventureiras logo se viram em meio a uma floresta densa de enormes samambaias e plantas estranhas.

Claro em poucos minutos um Tiranossauro malvadão e barulhento perseguia nossas aventureiras que sairam em disparadas pela floresta primitiva. 

Ana Label e Noemia Tónel, ainda em coma alcoólico petrificado, ficaram estiradas no samambaial e foram ignoradas pelo Rex Malvadão que partiu em toda velocidade atrás de Miss Jones e da saltitante freira Ninja.

No próximo capítulo: a louca espada ou De volta ao Futuro 5









domingo, 22 de maio de 2011

Marina I. Jones e o Portal Cósmico - Cap 11 (by Rogerio Rufino)

Como é sabido de todos aqueles que lêem esta saga apocalíptica, eu e minha mãe, muito embora ela leia apenas o títulos dos capítulos, nossas aventureiras Mis Jones e Freira Selmurai estavam a bordo do Dilmajet, o jato tupiniquim movido a álcool e cachaça,  orgulho de nossa indústria espacial fumegante e idealizado num sonho embriagante e rastejante de um ex-presidente, que em seu voo inaugural, acabou perdido no espaço sideral, lá pelos quintos da tal fronteira final, onde nenhum homem jamais esteve e dentro dele, nossas audaciosas desbravadoras intergaláticas, estavam a procura de sobreviventes na catacumba giratória de Pindorama, que neste momento aproximava da velocidade da luz.

Miss Jones estava na segunda fase de sua missão de explorar novas vidas, novas civilizações....Um minuto, isto é  Jornada Nas Estrelas, outra série. Voltemos pois, a Marina Jones.  Ela se  embrenhava agora pelo minhocão, conforme era chamado o tunel que ligava a cabine dos 20 passageiros ao imenso reservatório de álcool da aeronave,  necessário para que o avião beberrão (idéia do ex-presidente)  pudesse fazer viagens relativamente longas, como as da ponte aérea São Paulo / Campinas. Acompanhava Miss Jones, Ana Label com sua sacolinha tilintante de garrafas do mais puro malte escocês.

- Eu disse para você Miss Label, que carregar 20 garrafas não seria fácil - resmungou Miss Jones.

- Dezenove amiga, uma já foi, ic ic,  retrucou Miss Label.

O interior sombrio do Minhocão estava repleto de bugigangas importadas, principalmente caça-níqueis mas nenhum sinal de sobreviventes. Seguindo em frente,  elas se depararam com as bombas de reabastecimento da aeronave, mas não havia nenhum dos cinco frentistas, que também eram funcionários públicos e conforme mencionado no capítulo anterior, haviam saltado com seus para-quedas, às 5 da tarde juntamente com os demais membros da tripulação, para bater o ponto e ficar numa boa.  

Um pouco mais a frente, estava o 7-eleven,  a loja de conveniência do avião. Dentro dela, um assustado indiano com um turbante, não parava de falar:

- are baba, are baba , are baba! plim plim

Miss Jones deduziu que era um Indiano falso da Globo e seguiu em frente rumo a adega do avião, mas deixou um saquinhos de pregos para que o Bhanuprasad  fizesse uma caminha e tirasse uma sonequinha pra se acalmar.


Dentro da adega, outra aterrorizada sobrevivente, conforme podemos ver na foto ao lado. Logo que entrou,   Miss Jones pode constatar toda a expressão de horror nos olhos de sua amiga Miss Tonel, Noêmia Tonel (Pronuncia-se Tónel). Ela estava ajoelhada  coletando um pouco da aguardente do "Homi", para molhar sua própria testa, numa tentativa desesperada de acordar daquele pesadelo alucinógeno espacial.


_ Vamos Noêmia, vou tirá-la daqui, a aeronave está prestes a se desmantelar - explicou Miss Jones

- Nãaaaaaaaaaaao, volta lá pros Tocantins Marinex. Daqui não saio, daqui ninguém me tira, respondeu Miss Tonel. E depois,  ajoelhou, tem que rezar!

Marina, profunda conhecedora do ser humano, pode identificar os sinais do profundo stress psicológico que sua amiga estava passando em função daquela desafortunada viagem mas, ela teve que ser dura, o momento exigia isto.

- Ok Noêmia, levante-se daí, vamos sair já e não me peça  para levar 20 Toneis de lembrança, como a Miss Label. Comigo não violão.

- Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa´, o choro incontido de Miss Tonel  revelava toda a dureza da tragédia a ser superada. 


- Naquele instante Águia Samurai, nossa muppet freira, visualizava no Google Earth alguma coisa não identificada se aproximando velozmente do Dilmajet Twister. Estranhamente a trilha sonora da espaçonave alienígena era uma mistura de Hari Krishna! com Sidney Magal, o que fez com que a Irmã Selmonela levantasse de um pulinho só e jogasse sua burka no chão. Calma pessoal, debaixo da burka, aparecia a vistosa vestimenta de Ninja da Irmã Samurai.


- Iaaa iooo iuuuu Iaaa, gritou Irma Selma Lee enquanto fazia aqueles gestos de bicha ninja na TPM e num átimo, decolou como uma águia, sibilando no espaço  enfumaçado e sombrio do caveirão voador, a procura de Miss Jones, não sem antes, lógico, bater o cabeção num tonel de cachaça 51 que explodiu, lançando centenas de litros da "marvada pinga" no chão da aeronave, o que fez com que literalmente despencassem do alto do Dilmajet fantasma, diversos sobreviventes barrigudinhos que correram desesperados e mergulharam na poças etílicas para sorverem até a última gotícula do precioso nectar (arghhhh) presidencial. Depois, estatelados no chão, ficaram misteriosamente falando uns para os outros: companheiro! companheiro! Love you! (blarghhhh)


Finalmente águia Ninja pôde revelar sua descoberta a Miss Jones: Um imenso portal cósmico estava estacionando junto ao Dilmajet Rodopiante. Foi chegando de mansinho, acendeu o pisca pisca  e... começou a fazer a baliza, estacionando logo atrás do Pingajet. Assim que o pisca alerta foi acionado, abriu-se uma escotilha. Deve ter sido a escotilha errada, pois o piloto caiu como um cacho de bananas no espaço, a fronteira final,  aquela lenga lenga que vocês já conhecem. E ficou alí boiando mais parecendo um grande Zepelin branco. 


- Vá lá Selmaninja e pesque o infeliz, disse Miss Jones a Ninjaniaca.


- Prá jare, respondeu a Vaticongue ao mesmo tempo em pegava uma das suas estrelas ninjas e atirava no saco de batatas espacial.


- Nãaaao Samurai, é para jogar o laço - Plowww.   Mal miss Jones  havia acabado de falar  e o Zepelin Pluft explodiu na escuridão abissal do espaço, laçando fogos  em todas as direções.


_ Ai Zizuis, São João aqui começa em Maio, - concluiu a Mini  Freira começando a  dançar quadrilha alí  mesmo até ser catapultada ao espaço, por uma garrafada atirada   Miss Label. 


- Dezessete marinex, dezessete Marinex, cantarolou Miss Label, se referindo as garrafas de whisky restantes.


- Ops, dezesseis , dezesseis, retrucou Miss Tonel, agora sócia compulsiva de Miss Label.


Dalva: Piloto de Portal Cósmico e Facete
- Miss Jones com seu chicote, capturou a Freira Ninja que já se distanciava do Dilmojet. Quanto ao piloto do portal, só deu para recuperar sua foto,  com seu nome autografado no verso. Mas seu feito foi heróico e para sempre será lembrada como a primeira mulher na história das explorações espaciais a realizar uma baliza sem erros  e pilotando um portal cósmico do tipo rabo de peixe. Definitivamente não é para qualquer uma.








No próximo capítulo: o próximo capitulo.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Marina I. Jones Rumo ao Espaço: A Fronteira Final - Cap 10 (by Rogerio Rufino)


Orgulho da indústria aérea tupiniquim,  que levou em seu voo inaugural, nossas aventureiras rumo ao desconhecido.

Amigo leitor, como certamente você está careca em não saber, pois nunca leu nadica de nada desta saga por ter coisas melhores para fazer, no ultimo capitulo desta mini-série, nossas aventureiras, Marina Jones e sua fiel escudeira e muppet freira Selmurai, embarcaram sem querer querendo, no voo inaugural do Dilmajet, o primeiro jato de grande porte do mundo movido a álcool combustível. E como a tripulação da jeringonça voadora era composta de funcionários públicos, aconteceu o óbvio: faltando 5 minutos para às 5 da tarde, toda tripulação saltou de para-quedas da aeronave, para bater o ponto e ficar numa nice, um relax total, tomando uma cervejinha e lendo o jornalzinho do sindicato para ver quando será a nova greve geral. E o calhambeque espacial seguiu viagem conduzido somente por um nordestino boa praça, conhecido por PA, carinhosamente apelidado de Piloto Automático genuinamente tupiniquim pela tripulação pára-quedista.

Com seu espanador, ele ia limpando cuidadosamente os instrumentos do painel da aeronave, composto por três relógios de parede, sendo um de cuco e um velocímetro de um fusca 68, enquanto lá fora as turbinas urravam com fervor patriótico.

Marina Jones deu uma olhada naqueles instrumentos, mais precisamente no velocímetro do fusca 68 que pertenceu ao Itamar Franco e pode ver toda a gravidade da situação: estava na hora da primeira troca de oleo do Dilmajet. No mesmo instante, soou um alarme e luzes vermelhas piscaram em toda a cabine e finalmente, uma voz do Cid Moreira, como que vindo do além, soou pela cabine em tom gutural: na primeira revisão do Dilmajet, use somente Lubrax 4, o óleo preferido por 9 em cada 10 estrelas. Boa noite.

Selmonela ouvindo aquilo, sacou uma garrafinha de óleo de peroba e abriu a saída de emergência da fortaleza voadora, que mais parecia uma espaçonave klingon, provocando um súbita despressurização que, lançou ao espaço metade dos passageiros, que posteriomente ficaram conhecidos como perdidos no espaço.

Como desgraça pouca é bobagem, Irmã Selmaníaca que teoricamente deveria ter se tornado a primeira mini freira lost in space, acabou conseguindo se segurar numa das turbinas do avião, que originalmente eram destinadas a usina elétrica de Tucurui mas, devido a pequeno erro na licitação fraudulenta, foram adquiridas duas turbinas adicionais para a hidrelétrica, pela módica quantia de 100 milhões de dólares cada uma, já incluso os 30%, divididos da seguintes forma, conforme registro no cartório de Brasilia: 10% para o mensalão, 10% para comissão do negócio e 10% para comissão de frente. Mas esta é outra história. O fato é que não tendo as duas turbinas serventia para nada, resolveu-se por bem reaproveitá-las no jangadão voador a jato alcoolizado do presidente.

Pendurada na imensa turbina, Muppet Selmurai, como de costume, inverteu a ordem das tarefas e abriu primeiro o bujão do carter da turbina, e o óleo foi-se espalhando como uma imensa cauda preta no espaço sideral, que se decompos em pequenas gotículas, e naquela noite uma chuva negra caiu sobre a floresta amazônica, aniquilando grande parte de nossa rica biodiversidade e dando um grande impulso no crescimento da congada entre o povo amazonense que amanheceu como macunaíma, todo lambuzado de oleo 90 queimado.

E como turbina sem óleo não gira, um grande estrondo se ouviu quando ela subitamente travou, e ao parar fez com que a aeronave girasse ao seu redor, lançando os últimos passageiros ao espaço, que desta vez nem reclamaram, pois já estavam de saco cheio daqueles solavancos e da paisagem monótona, a escuridão total do espaço sideral.

- Ai Zizius, minha garrafinha de óleo de bacalhau foi para o espaço, gritou a freira Selmurai, ainda agarrada na turbina, e o pior de tudo, a garrafinha era de óleo de peroba.

Marina Jones, por ser nossa heroína e aventureira, não foi lançada ao espaço como os demais passageiros, que estavam ali só como figurantes da história, justamente para este fim. Eram como aqueles guerrilheiros esquisitos que morrem, como moscas, logo nos primeiros minutos dos filmes de ação, servindo apenas para empolgar a turba ignara no cineminha ou em casa, quando assistem a um filminho pirata.

Misss Jones permanecia calmamente, falando ao telefone por satélite e andando em volta da cabine giratória do avião enquanto gesticulava com os braços. Estava negociando outra venda de herbicidas para um grande ruralista e não tinha muito tempo naquele momento para aquelas coisinhas que estavam acontecendo ao seu redor. Mas, assim que a ligação terminou, por falta de bateria, uma hora depois, Marina Jonas, com seu chicote, capturou a muppet freira que ainda estava pendurada na turbina fumegante.

- Chalapp, foi o som que não se ouviu do chicote acertando as partes pudentas de Miss Selmurai, protegidas apenas pela sua tradicional burka. Não se ouviu som, pois naquele momento o avião ventilador já estava no vácuo cósmico ou espaço: a fronteira final. E já girava numa velocidade superior a do som em torno do seu eixo, ou seja, da turbina sem óleo de bacalhau, mais uma realização de Selmurai Entertainment Arts.

- Muppet Selma, vamos vasculhar a aeronave a procura de algum sobrevivente - disse Miss Jones.

- ai ai ai ui ui ui ui, si si, procurare eh com Selmurare, respondeu a Irmã Lusitana Selmurai, e foi logo acessando o Google Earth a procura dos tais sobreviventes na nave.

Miss Jones desistiu e saiu vasculhando o interior do sucatão giratório, passando primeiro pela cozinha da aeronave para tomar seu leitinho com Nescau. Um copão de meio litro.

Depois que limpou o bigode de leite, ela continuou sua buscas com sua lanterninha vasculhando as catacumbas do Dilmajet. E logo que abriu o bar do avião: uma sobrevivente. Escondida em meio as garrafas de Whisky, estava sua amiga Ana Nery, uma francesinha do Maranhão residente em Goiás.


- Ai meu Guizuzinho, estava tão bom aqui, lamentou a francesa, deixando uma garrafa de Black Label cair ao solo.



A foto ao lado foi tirada por Miss Jones, usando seu Iphone 6 por satélite, e podemos ver na expressão da Ana nery, todo seu pavor por estar alí naquele ambiente etílico e em meio a  aquela tragédia toda, com o lixão espacial. Definitivamente não foi fácil arrastá-la dalí.  Miss Jones teve que usar de sua astúcia para removê-la, mas no final, ela cedeu, desde que levasse de lembrança daquela tragédia, 20 litros dos mais puros maltes escoceses.



No próximo capitulo: a busca continua e novos sobreviventes são achados por Miss Jones, Selmurai Face e Ana Label e o aspirador Dilmajet atinge a velocidade da luz levando nossas aventureiras para outra dimensão e sem o uso das lembrancinhas etilicas de Misss Label.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Incredulidade e Intolerância ( by Edith F.A. Rufino)


Maria Edith Rufino
Em alguns momentos de nossas vidas ficamos introspectivos e isto acontece sempre quando sentimos a necessidade de nos conhecermos melhor, interagindo com nossas emoções, num estudo de auto-análise, às vezes com um objetivo fútil mas às vezes, nossa última esperança de salvação. 


Tentamos entender o que realmente somos, quem somos, procurando nos pontos mais remotos e obscuros de nossas mentes, na esperança de se conseguir um conhecimento mínimo para que, possamos superar nossa natural limitação de entendimento das coisas mais subjetivas desta existência, aquilo que não segue normas, preceitos e sim ao que parece ser um  estado caótico permanente. E no embate entre nossas memórias visuais, nossas crenças, aquilo que ouvimos e falamos, procuramos respostas nem sempre possíveis, provavelmente devido a este conhecimento limitado que parece sempre chegar muito tarde, se é que algum dia ele chega realmente. Sempre esbarramos em limitações científicas, técnicas e culturais que nos impedem de se chegar a alguma conclusão precisa. 


A melhor forma, para mim, é escrever, colocando para fora todas minhas perguntas e ao mesmo tempo tentar respondê-las. E se não conseguir, não tem importância pois não desisti não me estagnei, eu tentei e já terá valido a pena. As vezes a pergunta certa é mais importante que uma resposta precisa a uma pergunta tola. 



Termos como,  incredulidade, intolerância, razão, ética, mal e corrupção, às vezes fazem com que minha mente navegue por mundos que talvez nem existam. É semelhante a um navio em um cruzeiro, que apesar da aparente tranquilidade e segurança, sempre navega por águas que podem ser traiçoeiras de um oceano poderoso, insondável e às vezes impiedoso. 



E neste universo que é a mente humana, retorno a um tempo de grandes mudanças e percebo que sempre houve erros graves e acertos brilhantes, como na intolerância da igreja católica, com erros xenofóbicos, sanguinários e vingativos, que até os dias de hoje obriga o Papa desculpar-se por eles. O mesmo com o Islamismo e outras religiões, que frequentemente, homens mal intencionados a interpretam de acordo com seus interesses para praticar atos vergonhosos. 



Estes são pequenos exemplos, mas sabemos que existem aos milhares no passado e assim como sabemos que destes erros, também sabemos que nas grandes guerras foram tirados ensinamentos riquíssimos, de grandezas incontestáveis. 

Porem o ser humano teima em continuar em seu mundinho particular e egoísta. Por mais que tenhamos evoluído, ainda somos primitivos e superficiais e nada parece ser capaz de conter a natural agressividade do ser humano. 



E nesta viagem sem fim da mente, pergunto-me se a inteligência é nata ou é uma questão genética. Sinceramente não sei a resposta, pois acredito, que também possa ser um conceito pessoal, variando de pessoa para pessoa. 



Acredito fielmente que Jesus é infinitamente mais inteligente que todos pois pregou todo o tempo a igualdade, mas o que seria este igual, já que os homens não querem ser, uns querem ser sempre mais poderosos que os outros. Será então que neste quesito Jesus pregou em vão? Não acredito, pois uma vez uma semente plantada ela há sempre de germinar, basta enterrá-la? Às Vezes, em outras há a necessidade de verificar o ph da terra, da retirada da erva daninha, do adubo,e da água. E se trazemos isto para nossa vida e interpretarmos cada problema, cada situação como sendo esta semente, acredito na obtenção de bons frutos. 



Portanto acredito que Jesus falava de uma igualdade diferente da palavra que existe no dicionário, Ele não quis dizer, faça de sua vida uma matemática simples, onde 2+2 são 4. Acredito mesmo que, Ele nos disse, lute para que seja um homem bom, sedes humilde e saiba ouvir independentemente de quem seja o outro e se disposto a dialogar entenda o coração, não seja egoísta para com o outros... matematicamente como muitos querem a vida, só teria um conselho nesta conclusão e que eu mesma não esqueça, que é a equalização da vida, a balança entre o bem e o mal, a balança da incredulidade e da fé e assim sucessivamente. 



Se cada indivíduo pudesse ou tivesse condição e vontade de melhorar, tudo seria mais fácil, mas a verdade é que a natureza humana gosta e aprova todas as controvérsias, ou se tudo de paz fosse, talvez também perderíamos o sentido de viver. Porém ainda assim acredito que os "mass-media", grandes intelectuais, as religiões podem contribuir por um mundo melhor. Homens como Richard Dawkins, Umberto Eco e Noam Chomsky, considerados os maiores intelectuais da atualidade, poderiam e muito colaborar, mas à medida que se intelectualiza, mais distante de Deus e dos homens ficam, e sempre me pergunto a razão de tudo isto. Seriam as falhas entre o que a bíblia diz e o que a ciência diz? E daí? pergunto eu. Todos os livros sagrados foram escritos por homens e nos somos passíveis de erros,e na minha pequena cabeça, simplesmente imagino que um apóstolo exagerou em alguma passagem, assim como nós mães um dia exageramos em alguns conselhos aos nossos filhos para que um mal maior não acontecesse. Simples assim, porém esta simplicidade seria indubitavelmente motivo de riso para muitos, mas não me importo. A vida tem que ser simples, sincera... Mas também sei da importância da ciência e de homens como estes, porém eu SINTO que Jesus é soberano! E acredito que um dia Ciências e Deus se dêem as mãos. 



Esta incredulidade, que nada mais é do que uma recusa no crer, nasce da rejeição pela simples conveniência do ser humano em muitos casos. É impossível sufocar uma verdade, se a simples existência dela, nos obriga a conviver com ela diariamente. Então que sejamos simples, verdadeiros, sem rodeios, sem mentiras... Isto não e fácil, faz doer muitas vezes, porém por pior que seja uma verdade com o passar do tempo descobrimos que o mal causado no presente é o que te fará crescer no futuro.


Sei, que precisamos de obras divinas no coração, de uma mente aberta, para que afeições não sejam afetadas, por isso para que semear a dúvida, se ela geralmente advém de uma fraqueza, e desta fragilidade, aproveitam pessoas e circunstâncias para em nós prevalecer, pois o que vivemos e a teologia parecem não se harmonizar, mas vejam bem, só parecem, o cérebro humano é complexo sim, mas é harmonioso, é regido pelos nossos pensamentos, creio eu, se conseguirmos este equilíbrio no pensar, tudo o mais será passado logo. 


Existem duas frases que me ajudaram no dia hoje e que vieram de encontro a tantas letrinhas que pela minha mente passaram: a primeira é de São Francisco de Assis "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível", a segunda é de Clarice Lispector: "escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada

terça-feira, 5 de outubro de 2010

As Aventuras de Marina I. Jones na Amazônia - Os Vampiros de Brasilia (Cap. 9)


Em sua luta apaixonada com o destino, nossas intrépidas aventureiras, Marina Jones e Freira Selmurai, regiamente pagas pela CIA e pela Fundação Bill Gates, continuavam  exaustas, perenemente audaciosas e fortes em sua missão de salvar o Brasil das garras impiedosas dos últimos remanescentes do saudoso Conde Vlad Drácula, famoso aristocrata romeno e empalador bem sucedido de campesinos e apreciador juramentado da bebida mais tradicional em seu pais, o sangue de jovens camponesas.

Mas coisas andavam cada vez mais complicadas. Viviam numa luta desigual, fugindo da cruel perseguição dos numerosos seguidores do Conde Vlad no Brasil, todos muito parecidos, barbicha Che Guevara, mau humor indescritível e a tradicional camiseta vermelha, simbolicamente manchada com o sangue dos camponeses nordestinos e de outras regiões pobres do Brasil, que haviam sido iludidos com espelhinhos, bolsas famílias, em troca de suas almas, de sua dignidade e, naturalmente, de seus votos. Provavelmente seus últimos votos.
 
Siceramente espero que o amigo e sonolento leitor, que ainda não tenha fechado os olhos para sempre para esta saga, mesmo porque isto, de acordo com o Ministério da Sáude,  pode fazer mal a saúde,  se lembre que no ultimo episódio da saga, nossas aventureiras se meteram numa viagem no tempo em technicolor and sound surround, visitando o Brasil em 2013, três anos após a vitória da Camarada Dilamanosviski, descendente direta do sanguinário Conde Vlad, nas ultimas eleições presidenciais.

Pois bem, desesperadas com o que viram, retornaram para tentar EVITAR o mal maior. Fugindo desesperadamente de seus algozes que, como zumbis de um trailer de Michael Jackson, as perseguiam dia e noite, nossas aventureiras, mais uma vez se embrearam na mata amazônica. E como, em "Cem Anos de Solidão", a atmosfera estava tão úmida que até os peixes nadavam entre as árvores, o que, provocou o seguinte comentário da Irmanzita Selurai:

- Ai Zizuis! Bacalhaus voadores! Vou a pegare!

Claro, os bacalhaus na verdade eram piranhas assassinas, deixando nossa mini aventureira da Toys Store, toda retalhada, o que exigiu a pronta intervenção de Mis. Jones, que com sua agulha de costurar redes nordestinas, prontamente fez os reparos necessários na desastrada representante do baixo prelado mirim.

Até que o resultado ficou bom, exceto talvez pelo fato do rosto de nossa aventureira e mini jockey, passar a apresentar um sorriso permanente, o que posteriormente levou seus superiores a levá-la a julgamento no Vaticano por suspeitas de uso indiscriminado de Botox e formação de quadrilha junina. A última acusação não tinha nada a ver, mas, o leitor amigo já viu algum indivíduo ir a julgamento por um delito só. Claro que não: um pobre coitado que furta uma galinha para comer, se descoberto, vai receber provavelmente as seguintes acusações:

Latrocínio seguido de estupro; atentado violento ao pudor; formação de quadrilha desorganizada; pedofilia com animais menores e tráfico de animais silvestres sem guia do Ibama.


Se o infeliz for absolvido não vai resolver muito pois, estará irremediavelmente maluco ao sair do tribunal de pequenas causas e pequenos animais.

Mas enquanto nossa pequena aventureira não caia nas garras do Vaticano, elas partiram para sua missão quase impossível, encontrar um meio de livrar o país da herdeira do Conde Vlad.


Irmã Selmurai acionou seus contatos no Vaticano, mais especificamente no serviço secreto, uma entidade off-shore, situada naquele paraíso fiscal.

O resultado foi assustador e previsível:


Teriam que partir para conseguir ajuda do famoso Doutor Van Helsin, caçador de vampiros oficial dos filmes de Hollywood e que começou fazendo ponta num pequeno e famoso romance de Bram Stocker sobre o terrível Vampiro da Transilvânia.

O tal Van Helsin, era uma figurinha difícil que morava na Holanda, o que obrigou nossas aventureiras a estabelecer uma rota de fuga suicida e alucinada, que não possibilitasse aos zumbis do candidato Resident Evil desvendar sua ação estratégica to secret.


Primeiramente elas embarcaram num destes barcos superlotados de pessoas e redes que cruzam o rio amazonas e que naufragam no final da viagem, por superlotação.

A freirinha Toys"R"Us, assim que se acomodou na sua redinha improvisada, feita com o mata-moscas do capitão do barco, sacou seu notebook e acessando o facebook, adicionou mais de 300 amigos novos de uma só vez e postou mais de 100 mensagens com rosas virtuais.


Em seguida, pegou seu diploma amarelado de datilografia e pendurou-o na parede ao lado e começou datilografar furiosamente mais um artigo para um blog anarquista do qual ela se tornou colaboradora free lancer and free of payment.


Ia teclando alucinadamente como Carlitos em Tempos Modernos e quando o cursor atingia o final da linha, ela dava um tapa no notebook, para mudar de linha. Fez isto algumas vezes e então se empolgou, possivelmente havia chegado ao clímax do seu artigo e deu um tapa tão forte no seu notebook que ele voou acima das redes dos capiabas indo mergulhar nas águas barrentas do Solimões.

Nossa aventureira não teve dúvidas, mergulhou num átimo com diploma e tudo atrás de seu notebook, que já estava algumas dezenas de metros abaixo nas escuridões abissais do rio amazonas.


Mas uma alma generosa como a da Irmã Selmuraimirim, foi resgatada pela rede atirada pelo capitão para pegar uns peixinhos pro seu jantar. E ao puxarem a rede de volta ao barco, entre dezenas de bagres cegos, algumas bolsas família com retrato da candidata oificial, atiradas de algum avião do governo para os ribeirinhos, 2 camisas do Corinthians, 3 lideres do MST que estavam caçando botos cor de rosa em extinção e um pedaço do bigode do Sarney estava nossa freirinha agarrada ao seu precioso notebook.


As aventureiras ao chegarem em Manaus, alugaram um avião de fabricação nacional de uma empresa publica de transporte aéreo do gobierno, para despistar a turma da Zumbilândia.


Entraram com dificuldade na aeronave, usando as escadas de cordas que pediam das portas da fortaleza voadora. O interior da aeronave era espartano. Devido a uma licitação fraudulenta e superfaturada, foram instalados bancos de praça pública, feitos de cimento, para acomodar os passageiros. No teto da aeronave, lampiões a gás davam um toque de especial de romantismo, ao espalhar uma luz cadavérica, como que vinda do além sobre os assustados passageiros.


Nas asas da aeronave pendiam duas modernas turbinas, compradas numa licitação suspeita para a usina hidrelétrica de Tucurui. Por um pequeno erro, foram adquiridas duas turbinas adicionais que ficaram anos em algum depósito do gobierno até que algum burocrata teve a feliz idéia de reaproveitá-las na sucata aérea governamental, o que provocou uma série interminável de comerciais do governo na TV, mostrando que, nunca na história deste pais, se cuidou tão bem do dinheiro do povo.

Nada se perdia, tudo era reaproveitado, neste caso, especialmente nas asas do jatobrás, o orgulho da industria aeronáutica brasileira, o melhor avião projetado por brasileiros desde o saudoso 14 bis.


Bem, logo que a tripulação entrou na aeronave, olhando seus relógios para ver se não estava na hora de bater o ponto e ir para suas casas, para o conforto do lar, a aeronave começou a se mover lentamente pela pista. Deu uma paradinha e o capitão acelerou ao máximo as turbinas, enquanto consultava mais uma vez seu relógio. As turbinas urraram como um velho urso, fazendo com que a aeronave cantasse os pneus como um Chevette turbinado, outro orgulho da industria nacional.


Dos quatro escapamentos kadron, instalados cuidadosamente sob os pára-choques da aeronave com vistosas placas brancas do Detran, jorraram uma fumaça preta que lembrou o recente vulcão na Islândia. Apesar dos barulhos e das explosões que aconteceram repetidamente nos escapamentos e que atearam fogo nas florestas às margens do aeroporto, o bravo avião nacional decolou para mais um vôo cego.


Passados alguns minutos, vários pára-quedas foram vistos se abrindo próximos ao orgulho aéreo nacional. Como já eram 5 horas, a tripulação de funcionários públicos saltou da aeronave, para bater o ponto e se mandar. E o calhambeque nacional voador seguiu viagem conduzido somente por um nordestino boa praça, conhecido por PA, carinhosamente apelidado de Piloto Automático genuinamente tupiniquim pela tripulação pára-quedista.


Com seu espanador, ele ia limpando cuidadosamente os instrumentos do painel da aeronave, composto por três relógios de parede, sendo um de cuco e um velocímetro de um fusca 68, enquanto lá fora as turbinas urravam com fervor patriótico.

Rogério Rufino copyright ©.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Retrato do Brasil em 2013 Após Vitória de Dilma (by Rogerio Rufino)

Rogerio Rufino
Nossa aventureira incansável continuava sua marcha pelas úmidas e escuras florestas do IBAMAzônia, quando de repente se deparou com um imenso Portal do Tempo. Mis Jones, sócia de carteirinha dos filmes de Hollywood, foi logo procurando o manual de instruções que estava logo abaixo da placa de leds, Made in China, que dizia: Portal do Tempo. Propriedade de Smallville, Warner Bros. Siga as Instruções.

Deu uma olhada em diagonal no manual e o atirou na mata, pois não tinha paciência para ler aquela coisa, com todo bom brasileiro. Apertou alguns cristais com numeração criptoniania e disse:

- Vamos lá minha cara freira Selmurai. Vamos fazer um teste prático.

- Ora pois, pois e como vamos fazereeeeeiii. Chup.

A freirinha mal teve tempo de terminar sua frase quando foi atirada por Mis. Jones nas entranhas do portal. Assim que a pobre ninja desapareceu no buraco negro em tecnicolor, Mis Jones ativou o cronômetro de seu legitimo relógio suíço de 13 mil dólares (cada mil unidades em Chinatown).

Após alguns segundos, Mis Jones apertou outros cristais e a freira apontou no portal como um tubarão branco de Spielberg saltando fora d’água. 

Para não perder o costume, a pobre freira foi se espatifar de ponta cabeça num imenso formigueiro que amorteceu sua queda. Assim que se livrou das imensas formigas assassinas, com golpes de King Fu, foi questionada por Mis Jones, que ainda contemplava pensativamente o portal:

- Cara Selmurai, parece que você está com catapora?

- Podes sere, podes sere, ai zizuis - respondeu a freirinha toda picotada pelas amáveis formiguinhas.

Num átimo, Mis Jones pegou a freirinha e saltou com seu cavalo para o interior do portal, desaparecendo-se no turbilhão de imagens alucinógenas e cintilantes, acompanhadas de sons ensurdecedores, em surround dolby dinâmico quatro dimensões.

Já do outro lado, as duas se estatelaram no chão, pois o cavalo havia desaparecido na viagem do tempo, mesmo porque ele não tinha mais nenhuma utilidade na história. O coitado do rocinante foi desintegrado unicamente para atender a preguiça deste autor em lidar com mais de dois personagens no mesmo capítulo.

Ao se levantarem espalhando a poeira cósmica radioativa na floresta, eliminando parte de nossa rica diversidade biológica e alguns gnomos, elas avistaram uma aduana de fronteira, com vários soldados fortemente armados com modernos mosquetões automáticos e ferozes cães mini-pinscher. No alto, tremulava uma tristonha bandeira vermelha do Brasil, ao lado de uma imensa placa, em portunhol, onde se lia:

- Bienvenido a URSBCD - Unión de las Repúblicas Socialistas del Brasil de la Camarada Dilma ou Dilmalândia.

Aproximando-se do soldado, Marina Jones perguntou:

-What the hell is this shit?

- Prendan la chica!! Es una mui peligrosa agente imperialista del Obama.

- Calma fuzileiros, sou brasileira, olhe minha CI. Mas quem são vocês e por quê falam nesta língua?

O soldado deu uma olhada e disse:

- Esta é nuestra nueva língua oficial. Camarada Dilma quer lo Brasil em la America Latina.

- Sei, mas que fronteira é esta aqui no meio da Amazônia?

- No sabes? Camarada Dilma presenteou o Camarada Hugo Chaves com umas terrinhas: a Amazônia.

- Legal, ela doou mais alguma coisa.

- Oh si, si, si. Ela doou todo o centro oeste para nuestro amiguito Camarada Morales de La Bolívia e o Sudeste para o comandante Lugo del Paraguai, como recompensa por crimes de guerra praticados contra los dos países ermanos.

- Sei, então ficamos como Nordeste, certo?

- Oh si, si, si. Ficamos com la riqueza. Lo frievo e el Maracatu, la macaxeira, la buchada de bode...

- Já basta. ¿Por qué no te callas?

Largou o guarda resmungando e seguiu em frente arrastando a irmã Ninja.

Ao longe avistaram um magistral palácio retangular estilo siberiano ou Bangu I, no qual, um imenso Neon, identificava como: INCRAbras.

Bem na entrada do edifício, uma salinha, coisa modesta, com mais de quatro mil computadores, nos quais os funcionários públicos compenetradíssimos, jogavam Fazendinha e Colheita Feliz no Orkut.

Noutra sala ao lado, repleta de mesas de sinuca, centenas de funcionários públicos exauridos com as intrincadas questões agrárias nas suas fazendinhas, descasavam praticado um esporte saudável, recomendação do RH.

Intrigada com aquilo tudo, a freirinha Selmurai finalmente comentou:

- Mas não estou a entendere, ninguém estare a usare o facebook, só a orkutiare. Isto é coisa do terceiro mundo.

Marina Jones, ficou ainda mais irritada por perceber que a freira desmiolada tinha razão pelo menos desta vez. Nas telas dos computadores se lia. Orkut, mais um produto Googlebras.

Mais tarde descobriram que, logo que a candidata eleita assumiu, estatizou todas as empresas existentes no Brasil, e todas receberam o sufixo Bras, para caracterizá-las como empresas genuinamente brazucas.

Assim, agora existia a Microsoftbras, a Shellbras, Coca Colabras etc. Mas não só as grandes ganharam o sufixo, foram absolutamente todas, criando-se pérolas como a Tinturaria do Chinabras, Bar do Silvabras, Padaria do Joaquinabras, a Petrobasbras, a Gurgelbras (maior fabricante de carros do país) a Globobras e uma miríade interminável de bras, o que permitia a Camarada Dilma dizer orgulhosamente nos seus discursos que éramos os maiores detentores de bras do mundo.

Usando um terminal que estava disponível na sala, Mis Jones acessou o tal Googlebras que trouxe dezenas de vídeos da camarada Dilma no YouTubras. Num deles, ela pode ver sua vitória esmagadora nas eleições realizadas há 3 anos, e suas principais realizações até então.

Como toda população agora era obrigada a se filiar ao PTD, Partido dos Trabalhadores da Dilma, o congresso nacional foi fechado, pois não era mais necessário, e mesmo que fosse, Brasília havia sido doada para a Bolívia e não havia onde acomodar tanto político.

Entretanto, as eleições para deputados, senadores e demais cargos continuavam a serem realizadas, para garantir o maná da classe política e sua obediência aos ideais do governo. Como não havia mais congresso, os nobres políticos eleitos faziam o que bem entendiam, vivendo em férias permanentes, o que provocou o seguinte comentário de Mis Jones:

- Bem, pelo menos neste quesito não mudou nadica de nada.

Os antigos proprietários de terras como o Coronel Kibe, Rodrigo, Noslen, personagens desta saga e milhares de outros foram deportados para a Ilha Martin Vaz, um imenso rochedo, localizada no meio do Atlântico. Ali os ruralistas cumpriam sua rotina diária de 12 horas quebrando pedras para o governo.

“Pobre dad, deve estar lá quebrando pedras agora. Mas até que deve ser saudável para ele. Reduz colesterol”, pensou Mis Jones.

Saindo do caixotão do INCRA, as aventureiras entraram noutro prédio, pertencente a Universidad Federal de la Dilma, possuindo centenas de salas de aula, repletas de professores e alunos, pois no sistema socialista da Dilmolândia, cada aluno deveria ter um professor, para melhorar a qualidade do ensino.

Caminhando entre os corredores, Marina ouviu um grito:

- aiii, porque não olha onde pisa.

Marina Jones havia acabado de pisar nas mãos de sua prima Keila, que era professora com dedicação exclusiva ali (DE), pesquisadora DE, candidata a prêmio Dilmanóbel, top model, enóloga(DE) e líder do projeto de desenvolvimento de armas bacteriológicas para fins pacíficos para o exército venezuelano e iraniano da Coréia do Norte, como já mencionamos no capítulo 5 desta saga.

- O que está fazendo aqui prima?

- Bebendo horas!!

- Não tonta, quero saber o que faz nesta Universidade?

- Ué, sou professora DE né. De vez em quando é bom aparecer né. E agora que a camarada Dilma criou as cotas para negros, amarelos, pardos, gays, vagabundos, portadores de títulos de nobreza, vencidos e protestados, preguiçosos e sei lá o que mais. Gastamos um tempão classificando os alunos, para falar a verdade,  a metade do ano.

- E a outra metade?

- Não sei, não me lembro bem, mas também não fico aqui tanto tempo assim. Tenho outras coisas para fazer. Por exemplo, hoje estou voando para a capital federal, Recife, para receber meu Dilmanobel por minhas pesquisas.

- Legal, prima mas acho melhor eu e a freirinha voltarmos antes que seja tarde demais.

- Mas, nem querem experimentar minha arma biológica de destruição maciça?

Nãoooo!!! E correram em disparada de volta ao portal do tempo, rezando para que tudo aquilo fosse um sonho apenas.
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sábado, 21 de agosto de 2010

Marina e Capitão Gu Enfrentam Che Gayvara - Capítulo 6



Minibiografia: Patrícia é socialite, top model, odontóloga  cosmonóloga, astróloga e sexóloga de renome entre a crème de la crème, a high society de pindorama. Proprietária da clínica “Amigaaaa!!! Te amoooo!!! Saudades!!!” com suntuosos consultórios de dois pavimentos em Brasília com atendimento personalizado para a upper, middle e lower class, esta, a gloriosa classe operária e desdentada, é atendida no porão (basement) com direito a senha de entrada e cadeirinhas de plástico, somente na hora do atendimento. Quando não está esquiando em Aspen ou na Austria ou Suiça, ela atende com exclusividade as socialites caquéticas na Ilha de Caras, principalmente após os saraus (ou varaus como são conhecidos na ilha) regados a muito champanhe e whisky, que trazem conseqüências catastróficas e previsíveis para as centenárias socialites, todas sofrendo precocemente de certa rigidez cadavérica em função do estiramento progressivo e permanente de suas peles, ou couros de tamborim, resultados de longos anos de incontáveis plásticas na tentativa sempre frustrada de um rejuvenescimento impossível. Depois de um ou dois goles, as velhinhas de sorrisos permanentes devido ao botox, se despencam nas pedras das praias de Caras quebrando aquilo de melhor que o dinheiro lhes permitiu adquirir: os dentes.

Como os dentes são fundamentais na seção de fotos na tarde seguinte, as socialites em fila indiana buscam os serviços de recuperação estética a jato da Dr. Patrícia, que cobra pequenas fortunas para cada arcada dentária recuperada ou, em alguns casos, por arcada dentária identificada, quando a socialite vitimada não resiste a queda sofrida e passa desta para uma melhor sem uma foto sequer na próxima edição da Caras. Mas, devido a sua fome insaciável por exposição, a celebridade empacotada ainda consegue descolar algumas fotinhas, preto e branco, nos obituários dos jornais e arquivos do IML.
Patricia, morou algum tempo na casa do capitão Kibe nos EUA, e sempre foi amiga da família Kibe, pelo menos até a publicação desta biografia.

Marina e o Capitão Gu encontram o comandante Che GayVara

O sol já ia se pondo na floresta escura quando nossa aventureira Mis Jones e seu atual escudeiro capitão Gu, o cavaleiro negro, encontraram seu primeiro obstáculo na sua busca frenética pelo misterioso dom Hidalgo. Foram interceptados pelo grupo do comandante Che Gayvara e suas gazelas saltitantes, um grupo de mercenários especializados em contra-ataques na retaguarda do inimigo. Vestidos a caráter com indumentária do Village People, foram logo sacando suas espadinhas e iniciaram uma coreografia performista e transformista para assombro do Capitão Gu, cantando assim:

- Guerreiros com guerreiros fazem zig zig zag, cantavam as bibas guerreiras.
- Marina, viver é negocio muito perigoso. Eu quase que nada não sei. Jagunço é isso. Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase tudo para ele é o igual. E sei que em cada virada de campo, e debaixo de sombra de cada árvore, está dia e noite um diabo, que não dá movimento, tomando conta, mas isto aí já é demais, é o mundo a revelia.

Ao terminar sua cantilena Verediana, o capitão Gu levou as mão até a altura da nuca e sacou sua espada samurai milenar, a qual provocou uma ração unânime da bicharada:

- Nooooossaaa!!!

- Só pode haver um!!! Gritou o capitão Gu e partindo para o ataque.

E então o que se ouviu foi só o som dos golpes dos guerreiros;

- shup, aaaauu, shup, aaaauu, shup, aaaaauu, shup aaaaauu.

Ao longe Fred Mercury entoava sua melancólica canção de highlander:

“Who wants to live forever?
Who wants to live forever?
Who dares to love forever?”

E depois nem o silencio vibrava mais na mata.
To be continued!
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