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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Olhai os Lírios do Campo (by Lana Frances)

Lana Frances
Inicialmente, estava decidida a escrever algum artigo técnico mas, mudei de idéia no último instante e na verdade não sei explicar bem as razões, se é que elas existem de fato. Em um dado instante percebi toda minha introspecção, como se eu vagasse por terras distantes e desconhecidas e o que finalmente produzi, é um tênue retrato de momentos fugidios, captados em tempos diferentes, sem nenhum elo especial, influenciados tão somente pelas minhas atividades e pelo meu estado de espírito e a atmosfera daqueles instantes. E no final, quando a peça musical emergiu completa, eu percebi toda a dificuldade e a complexidade de se juntar todas aquelas sensações vividas e que se perderam definitivamente no tempo, não podendo eu mais recuperá-las por completo.  Havia apenas, vagas lembranças  dos fragmentos já vividos, coletados um a um, para um objetivo não muito claro, fútil talvez, mas que revelava alguns, poucos é verdade, conhecimentos novos, mas importantes, e proponho que façam o mesmo esforço, de  juntar estas vivências em suas vidas também.

Qualquer pessoa que trabalhe com a terra ou que goste dela, descobre o fascínio que é cultivá-las e colher aquilo que ela pode produzir. Em qualquer área, a observação aguçada do que acontece a sua volta torna-se enriquecedor para sua vida no dia a dia. É assim que trabalho e é assim que imagino que todos trabalhem.

A horticultura tem passado por modificações imensas na ultima década, pois ela, como a nossa vida, está em constante mudanças. Há uma expansão continua da horticultura e em especial, da fruticultura, em função do  aumento das exportações e do crescimento da renda per capita e do surgimento de um novo contingente de consumidores. Existe todo uma nova cultura de processos, permitindo que o produto pré-in-natura seja melhor trabalhado; existindo como base, parâmetros que foram meticulosamente estudados para se produzirem melhores frutos. Estuda-se meticulosamente cada etapa, desde as sementes, germinação, até a colheita.

Esta é uma história maravilhosa, porque as sementes possibilitam a multiplicação e a perpetuação das espécies, e  elas vêem das flores, pela fertilização dos óvulos. E somente existem flores porque as sementes foram cultivadas e este é o circulo vicioso daquilo que chamamos continuação da vida. Então querido leitor, esta é a prova viva do círculo da vida e portanto devemos sim, comparar  a beleza do desabrochar nos campos com o desabrochar da vida, porque eles estão intimamente relacionados e inseridos num contexto maior pela força criadora responsável pelo universo.

O ser humano nasce, cresce, floresce, frutifica, amadurece, murcha e morre. È a lei da vida. Todos  sabemos disto e está em qualquer pagina da Internet ou livro que você abrir.  É nisso que se resume a vida. Não somos como os vegetais, que têm a capacidade de desabrochar para um novo ciclo.  Nossas vidas não tem segundo ato, uma vez ceifados, não rebrotamos mais, mas temos em comum o fato de gerarmos frutos e assim como os vegetais, eles podem ser bons ou ruins, mas diferentemente das plantas, o fruto nunca depende apenas de nós.
Então mais uma vez me maravilho diante a natureza, desde a historia da bíblia ( Olhai os lírios do campos....)  ou da famosa e popular Onze horas, ou de outras que levam anos para florescer, mas cumprem seu papel, como por exemplo, uma certa flor da Indonésia, a  Lois ou Flor Cadáver, que curiosamente, leva milhares de pessoas, na época do seu desabrochar, a ficar  em imensas filas no museu de Houston, apenas para contemplá-la por alguns intantes, pois sua duração é efêmera.
O homem não é mais primitivo e  mesmo  seus ancestrais tendo descoberto que remexendo a terra e regando as plantas, elas cresciam melhor e tantas outras descobertas cruciais ate os dias de hoje, ainda assim o ser humano esquece da colheita, porque só se chega a ela depois de percorrer um longo caminho. Podemos ter durante toda uma vida varias pequenas colheitas, mas existe uma, a maior de todas que é a de ser digno e honrado até que se fenesça. Esta dependendo da crença, da religiosidade se torna ainda mais rigorosa. Mas não importa a crença, importa o que você fez e o resultado daquilo que vai colher.
Somos como as hortaliças folhosas, de alta perecibilidade,  que se usarmos de maneira indevida  a cadeia do frio, pereceremos  inutilmente. Faz-se necessário uma qualidade física, fisiológica e sanitária. Nossas sementes também devem estar integradas de cobertura, tecido de reserva e eixo embrionário. É uma grande miscelânea de atitudes, de ações e reações.

Nossa colheita, a humana, é exatamente igual às folhosas, momentos de estresse. As folhosas perdem a sua fonte de água e nutrientes, elas já não tem um solo fofo e húmido, estão agora submetidas a manuseios humanos e não da natureza, porém ainda assim a natureza permitirá que o humano classifique-a, embale-a e possa usufruir delas.

Portanto,  estejamos preparados para este momento, contemplemos mais a natureza, as estrelas, o sol e  o canto dos pássaros. Observemos mais como reage a natureza, se a nosso favor ou contra, porque assim descobriremos que, quase sempre,  interferimos de uma forma nefasta, e se com ela podemos aprender tanto, porque não aprecia-la e porque não  salvá-la.

 Se você não quer ir ao campo, é muito simples, observe um brócolis ou uma couve-flor no seu prato. Os brócolis são verdes porque estão cheios de clorofila e de carotenóides, já a couve flor não conta com toda esta majestosidade, mas tem suas funções, sua riqueza, então simplesmente olhe ara o lado e dê a mão ao seu semelhante. Em tudo nesta vida, queiramos ou não, dependemos uns dos outros.

Não tenha receio de ser careta às vezes pois o mundo não vai acabar porque você parou para observar, ou porque você parou para dar um bom dia!.

Entrego minha mão, para um aperto sublime. Lembrem-se, mãos também podem ferir ou acariciar, como as plantas que podem salvar ou matar.

Lana Frances



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Incredulidade e Intolerância ( by Edith F.A. Rufino)


Maria Edith Rufino
Em alguns momentos de nossas vidas ficamos introspectivos e isto acontece sempre quando sentimos a necessidade de nos conhecermos melhor, interagindo com nossas emoções, num estudo de auto-análise, às vezes com um objetivo fútil mas às vezes, nossa última esperança de salvação. 


Tentamos entender o que realmente somos, quem somos, procurando nos pontos mais remotos e obscuros de nossas mentes, na esperança de se conseguir um conhecimento mínimo para que, possamos superar nossa natural limitação de entendimento das coisas mais subjetivas desta existência, aquilo que não segue normas, preceitos e sim ao que parece ser um  estado caótico permanente. E no embate entre nossas memórias visuais, nossas crenças, aquilo que ouvimos e falamos, procuramos respostas nem sempre possíveis, provavelmente devido a este conhecimento limitado que parece sempre chegar muito tarde, se é que algum dia ele chega realmente. Sempre esbarramos em limitações científicas, técnicas e culturais que nos impedem de se chegar a alguma conclusão precisa. 


A melhor forma, para mim, é escrever, colocando para fora todas minhas perguntas e ao mesmo tempo tentar respondê-las. E se não conseguir, não tem importância pois não desisti não me estagnei, eu tentei e já terá valido a pena. As vezes a pergunta certa é mais importante que uma resposta precisa a uma pergunta tola. 



Termos como,  incredulidade, intolerância, razão, ética, mal e corrupção, às vezes fazem com que minha mente navegue por mundos que talvez nem existam. É semelhante a um navio em um cruzeiro, que apesar da aparente tranquilidade e segurança, sempre navega por águas que podem ser traiçoeiras de um oceano poderoso, insondável e às vezes impiedoso. 



E neste universo que é a mente humana, retorno a um tempo de grandes mudanças e percebo que sempre houve erros graves e acertos brilhantes, como na intolerância da igreja católica, com erros xenofóbicos, sanguinários e vingativos, que até os dias de hoje obriga o Papa desculpar-se por eles. O mesmo com o Islamismo e outras religiões, que frequentemente, homens mal intencionados a interpretam de acordo com seus interesses para praticar atos vergonhosos. 



Estes são pequenos exemplos, mas sabemos que existem aos milhares no passado e assim como sabemos que destes erros, também sabemos que nas grandes guerras foram tirados ensinamentos riquíssimos, de grandezas incontestáveis. 

Porem o ser humano teima em continuar em seu mundinho particular e egoísta. Por mais que tenhamos evoluído, ainda somos primitivos e superficiais e nada parece ser capaz de conter a natural agressividade do ser humano. 



E nesta viagem sem fim da mente, pergunto-me se a inteligência é nata ou é uma questão genética. Sinceramente não sei a resposta, pois acredito, que também possa ser um conceito pessoal, variando de pessoa para pessoa. 



Acredito fielmente que Jesus é infinitamente mais inteligente que todos pois pregou todo o tempo a igualdade, mas o que seria este igual, já que os homens não querem ser, uns querem ser sempre mais poderosos que os outros. Será então que neste quesito Jesus pregou em vão? Não acredito, pois uma vez uma semente plantada ela há sempre de germinar, basta enterrá-la? Às Vezes, em outras há a necessidade de verificar o ph da terra, da retirada da erva daninha, do adubo,e da água. E se trazemos isto para nossa vida e interpretarmos cada problema, cada situação como sendo esta semente, acredito na obtenção de bons frutos. 



Portanto acredito que Jesus falava de uma igualdade diferente da palavra que existe no dicionário, Ele não quis dizer, faça de sua vida uma matemática simples, onde 2+2 são 4. Acredito mesmo que, Ele nos disse, lute para que seja um homem bom, sedes humilde e saiba ouvir independentemente de quem seja o outro e se disposto a dialogar entenda o coração, não seja egoísta para com o outros... matematicamente como muitos querem a vida, só teria um conselho nesta conclusão e que eu mesma não esqueça, que é a equalização da vida, a balança entre o bem e o mal, a balança da incredulidade e da fé e assim sucessivamente. 



Se cada indivíduo pudesse ou tivesse condição e vontade de melhorar, tudo seria mais fácil, mas a verdade é que a natureza humana gosta e aprova todas as controvérsias, ou se tudo de paz fosse, talvez também perderíamos o sentido de viver. Porém ainda assim acredito que os "mass-media", grandes intelectuais, as religiões podem contribuir por um mundo melhor. Homens como Richard Dawkins, Umberto Eco e Noam Chomsky, considerados os maiores intelectuais da atualidade, poderiam e muito colaborar, mas à medida que se intelectualiza, mais distante de Deus e dos homens ficam, e sempre me pergunto a razão de tudo isto. Seriam as falhas entre o que a bíblia diz e o que a ciência diz? E daí? pergunto eu. Todos os livros sagrados foram escritos por homens e nos somos passíveis de erros,e na minha pequena cabeça, simplesmente imagino que um apóstolo exagerou em alguma passagem, assim como nós mães um dia exageramos em alguns conselhos aos nossos filhos para que um mal maior não acontecesse. Simples assim, porém esta simplicidade seria indubitavelmente motivo de riso para muitos, mas não me importo. A vida tem que ser simples, sincera... Mas também sei da importância da ciência e de homens como estes, porém eu SINTO que Jesus é soberano! E acredito que um dia Ciências e Deus se dêem as mãos. 



Esta incredulidade, que nada mais é do que uma recusa no crer, nasce da rejeição pela simples conveniência do ser humano em muitos casos. É impossível sufocar uma verdade, se a simples existência dela, nos obriga a conviver com ela diariamente. Então que sejamos simples, verdadeiros, sem rodeios, sem mentiras... Isto não e fácil, faz doer muitas vezes, porém por pior que seja uma verdade com o passar do tempo descobrimos que o mal causado no presente é o que te fará crescer no futuro.


Sei, que precisamos de obras divinas no coração, de uma mente aberta, para que afeições não sejam afetadas, por isso para que semear a dúvida, se ela geralmente advém de uma fraqueza, e desta fragilidade, aproveitam pessoas e circunstâncias para em nós prevalecer, pois o que vivemos e a teologia parecem não se harmonizar, mas vejam bem, só parecem, o cérebro humano é complexo sim, mas é harmonioso, é regido pelos nossos pensamentos, creio eu, se conseguirmos este equilíbrio no pensar, tudo o mais será passado logo. 


Existem duas frases que me ajudaram no dia hoje e que vieram de encontro a tantas letrinhas que pela minha mente passaram: a primeira é de São Francisco de Assis "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível", a segunda é de Clarice Lispector: "escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vícios, Vaidades e Renovação (by Lana Frances)

Lana Frances
Quando não somos escritores, é muito difícil  começar a escrever um texto, alguma coisa nos bloqueia, insistimos, mas ela é mais forte que nós. É o que vem acontecendo comigo há alguns dias. Mas, na vida temos que insistir, melhor fazer o esforço  e eis que, finalmente a peça musical emerge completa e nos sentimos bem, quase felizes,  embora tenhamos dúvidas sobre a aceitação do texto pelo leitor, sequer sabemos nosso estilo, pois discorrer sobre a vida não está dentro do escopo de atuação profissional  e então a dúvida invade-nos a alma.

Pensei em vários temas e sempre volto ao mesmo lugar, ou seja, Jardinagem e Horticultura. Então pensei, isto é vício e por este motivo decidi finalmente, após toda uma semana, tentar falar de assuntos que já testemunhei em minha vida.

Meu pai era da Marinha Americana e viveu em vários países e lógico toda sua família se tornou nômade. Tornou-se um vício. Quando ficávamos em um só lugar por mais que dois anos, todos nós ficávamos inquietos, era o hábito de mudar, o vício da adrenalina ao chegar em uma nova cidade, um novo país que, às vezes, tinha dialetos  tão estranhos, que impossibilitavam, a nós, crianças, até mesmo comprar uma bala.

A medida que  fomos crescendo, isto se tornou enfadonho, porque queríamos nossos amigos por perto, pois na verdade estes passaram a preencher uma lacuna vazia em nossas vidas, que são primos, tios, avós, etc. Quem não os têm por perto, sabe o valor deles.

E também já tínhamos adquirido hábitos e vícios.

Até que, aos 14 anos, morando nos Estados Unidos, passamos a conviver com um maior numero de familiares, e descobrimos cedo, que não era tão bom assim, pois ja não tinhamos só um capitão para nos comandar, mas vários...na nossa idade não foi nada agradável.

Alguns anos depois, meu pai foi enviado de volta a minha cidade natal, só que a Republica Democrática do Congo não era nesta época o melhor para se viver, pois o país estava em guerra civil,  e ficamos nos EUA  e aí experimentamos uma maior liberdade.

Já fazia trabalhos esporádicos de baby sitter, escondida de meus pais  há  tempos,  o que me permitiu, após uns dois anos experiência em lares diferentes, testemunhar certos danos que o computador pode fazer  a um ser humano. Tal qual uma droga ele seduz e alicia, tornando algumas pessoas  dependentes.

Num destes lares, pai e filho ficavam de frente daquela telinha durante todo o tempo possível. E se o pai já não se continha, nem o trabalho mais tinha a mesma importância, imagina o filho. Eu o vi ser internado como um viciado normal, chorando e gritando e não era pela mãe mas pelo computador.

Por este motivo passei anos da minha vida evitando trabalhos que me fizessem ficar o tempo todo em computadores.

Bem, pouco tempo depois, toda a minha  família veio para o Brasil, onde mora a família de minha mãe e uma tia me fez ver a beleza que existia na pesquisa certa, o que muito me ajudou. A partir dai tudo fluiu normalmente e fiz as pazes com a modernidade.

Meu pai, um homem de uma austeridade ímpar, independente, já um Almirante, o que, na marinha é  o objetivo de todos, adoece, um câncer que o maltratou muito até a morte. Este homem que apesar de ser um bom pai, não foi, por vários motivos, um bom marido. Por todo o casamento,  minha mãe esteve limitada a  condição de mãe criadora dos filhos. Todas as mulheres do mundo eram notadas por ele, mas minha mãe permanecia invisível aos seu olhos. Ele sempre se orgulhava a dizer aos outros, a minha esposa, mas se limitava a isto. Com a doença, este homem passou a precisar dela para absolutamente tudo e eu o vi chorar e pedir perdão pela sua eterna ausência. Nos chamou a todos 2 dias antes de sua morte e nos disse que poderia ter vivido um grande amor, mas só descobriu esta possibilidade quando já não mais tinha tempo. Ele foi em paz para o outro lado, pela força e ombro de minha mãe. O maior vício do meu pai foi o seu próprio ego, ele foi refém de sua beleza, de seu uniforme. O ego, a beleza e seu uniforme aqui ficaram. Ele retornou como veio. Eu o amo e amei desesperadamente. Mas tinha que ser dito aqui.

Nestas andanças da vida, meus irmãos foram ficando pelo caminho, Tenho um nos Estados Unidos. Uma na África, e somos três aqui no Brasil.

Na faculdade tive bons e maus momentos, porem para não fugir ao tema a que me propus, lembro-me de um colega que namorava sempre duas mulheres ao mesmo tempo. E presenciamos varias cenas hilarias como, por exemplo ele chegar a um churrasco e estar as duas de namorados. Se me perguntarem o que tem a ver, posso dizer que tudo, pois ele sempre dizia que não conseguiria viver sem a adrenalina de ter duas... E o fato de tudo na vida ter dois lados ou as vezes ate mais de dois, tem que ser ponderado.

É como todos os vícios, eles são iniciados com consciência, sabem que é errado, mas julgam-se maiores, intocáveis e continuam. Não há uma medida. Não tem harmonia. Sim harmonia. Um bom concerto precisa da harmonia de todas as notas, instrumentos e um maestro. Se falta um destes, com certeza não haverá aplausos. Pode ser que tenha no Brasil, me desculpem, mas o ouvido brasileiro não é muito bom pra música...

Em jardinagem o mais importante não são só plantas, é a harmonia. No entanto vemos sempre jovens profissionais se preocupando tão somente com a estética, que também é importante, mas ao selecionar o que vai ser plantado, é preciso usar critérios que resultem em harmonia. Há de se lembrar que estas plantas terão uma convivência obrigatória ali naquele local pré determinado e se,  se obedece a esta harmonia ficará automaticamente também mais fácil o controle de pragas e doenças. Por isso precisamos ter as chamadas plantas úteis, elas irão juntamente com vários outros elementos concretizar esta harmonia.

Em um jardim precisamos da água, sol, terra e ainda de metais, madeira e que seja arejado. Porque? A água, não só porque é necessário mas pela revitalização, porque sem ela não há vida. o sol porque o aquecimento é necessário e tem inúmeros outros efeitos não necessários dizer aqui, uma boa terra, pois se ela é bem tratada, tudo o mais seguirá seu curso, o metal porque é um bom refletor, ele pode jogar uma luz necessária por mais tempo onde necessário for, a madeira que são as árvores, elas são as transformações, a respiração..., e por fim o ar, se este circula entre as plantas, elas não estagnarão. Muitas árvores, plantas comuns ou não, juntas também terão por companhia os fungos e muitas outras doenças. É preciso cortar o que for necessário para o arejamento do ar. O topo de uma árvore tão somente, nada pode fazer por  ela. Há de correr livremente o ar por toda sua extensão.

E exatamente assim é a vida. Todos os elementos são necessários. É o conjunto, é a harmonia que no fim trará resultados.

Meu colega de trabalho, que me autorizou a escrever, está passando um momento terrível familiar, pelo vício da Internet. Ele não quer a esposa nem os filhos por perto, ele quer simplesmente a Internet, passa todo o dia olhando as horas para que possa chegar em casa e ficar livre para conversar nos chats da vida. Me pediu ajuda. Ele tem medo de contar a verdade a esposa e perde-la para sempre. E apesar do momento que estou passando, não contado aqui, só me lembrei do óbvio, pedi que ele olhasse em volta, estávamos numa praça, completamente estagnada, sem vida, e temos a missão de revitaliza-la. Esta praça é a nossa vida. Minha e sua. Estamos completamente sem harmonia. Vamos, os dois utilizar os elementos que conhecemos e vamos fazer as três coisas ao mesmo tempo. Vamos renovar nossas vidas e este jardim.

No caso dele, na reconstrução da família, começando por cortar os galhos que estão tirando o ar, desligando o computador por uns tempos, soube hoje que ele pediu a esposa que o guardasse para ele por uns tempos. No meu caso, de renovação, de olhar para o futuro, e no da praça, que possamos vê-la, em breve na mais completa harmonia.

Quando nós três estivermos curados, poderemos reaver alguns hábitos e/ou vícios, mas com toda certeza sem deixar recair em novos erros.

Então agora, se você leitor, quiser reler os elementos básicos de um jardim, tenho certeza que lhe será útil, compare-o a sua vida e se você quiser fazer parte desta renovação, junte-se a nós.

Lana Frances Franco
Nasci quando meu pai estava a trabalho no Congo. Morei em varios lugares na minha vida... Hoje moro em São Paulo trabalhando e vivendo de Jardinagem e Horticultura. Adoro!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Solidão nos Corredores dos Hospitais (by Maria Edith F. A. Rufino)

Maria Edith Rufino
Do que quero falar hoje, tem sido discutido exaustivamente em Universidades, trabalhos científicos e etc, como pude constatar. Existem "n" artigos e até livros sobre o assunto. Mas o que pude perceber como testemunha no convívio diário por meses nos corredores de um hospital, é que a realidade de muitos nada tem a ver com as teorias ou trabalhos práticos vindo de organizações e/ou governos.

Estamos em época de política, e para variar, ninguém ou uma minoria conhece as intenções de cada um desses que querem governar o país, porque a sujeira é tanta, que passam o tempo todo, se defendendo, e o pior, num horário nobre, nunca aproveitado em prol de alguma coisa útil para este país. E o que é mais pobre ainda, é perceber que na maioria das discussões políticas, poucos realmente conhecem o que estão dizendo. Política neste país, infelizmente está a venda, e leva quem tem maior poder de compra. Mas se é um povo que faz a nação, com certeza, temos a nação que merecemos.

Gostaria muitissimo de ver tanta gente unida, verdadeiramente, pelos problemas que as pessoas enfrentam diariamente e que com um pouco de bom senso, poderiam amenizar.


Neste convivio de corredores de hospitais, acaba acontecendo, como um pedido de socorro mudo, uma solidariedade e uma intimidade que talvez seja, no momento o que mais os ajuda, tão somente isto, e muito de vez em quando uma conversa com a psicóloga.

Este universo, na maioria feminino padecem para se ajustarem as novas realidades que lhe são impostas, porque estas mulheres são filhas, mães, avós. Mães dos filhos ali em recuperaçao ou a espera de um doador, no caso de transplantes, ou de um milagre em outros casos, mas tambem são mães dos que ficaram em cidades distantes, e são esposas e são filhas de mães muitas vezes já em idade avançada e que também precisam de cuidados. É uma roda viva e de vidas, é preciso ter muita estrutura para não se sucumbir nesta roda.

Percebi que no início há uma solidariedade da família, dos maridos, sogros... que, com o decorrer do tempo vão se distanciando, pois passado o primeiro impacto, entre vida e morte, tudo tende a cair na rotina, as pessoas voltam o que lhe é normal, e o acompanhante do doente continua vivendo um dia de cada vez, no corredor de um hospital.

Estas pessoas geralmente encontram forças pra seguir em frente, na maioria das vezes, da própria vontade de vencer a doença, de vencer os obstaculos do momento. De ver a pessoa amada curada, voltar pra casa e restabelecer o convívio com a família.
Porém, muitas quando voltam já não possuem mais esta família, tudo está desestruturado, as finanças, o amor, as amizades, o emprego e por ai vai.

Há os que recomeçam felizes porque apesar de tudo, podem fazê-lo ao lado do que venceu a doença, mas outros tem que recomeçar do nada, inclusive do vazio infinito da perda. Como bem disse minha amiga de Natal/RN.

Mediante tantas separações de casais, quando mais deveriam estar unidos, pergunto-me o quanto as emoções podem interferir ou estar conectadas entre a mente e o corpo, porque as substâncias químicas que travam a guerra em corpos e também entre a razão e a emoção dão vazão a erros incompreensíveis em situações tão efêmeras.

Escrevo aqui no feminino, porque elas são a maioria, mas existe o contrário, homens que ficaram e mulheres que abandonaram. Porém neste universo, a mulher, a mãe é predominante, ela não abandona a cria, ela perde tudo, mas continua ali, incansável até quando precisarem delas.

Quem não conhece, e se não conhecem, deveriam, saber das lutas diárias das Mães de UTI, por exemplo, mulheres que estão anos vivendo em um hospital. E muitas delas e de muitas outras, como mães de filhos com deficiência, abandonadas pelo marido, como se eles não fossem pais.

As separações entre casais são tão somente entre os casais,ou deveriam, mas na maioria, separam dos filhos tambem. Graças a Deus, que pelo menos nisto, este índice é bem menor nos ultimos 10 anos.

Por outro lado é muito gratificante saber que ja existem bons exemplos espalhados pelo Brasil, como o que li recentemente: um hospital em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, humanizou o seu espaço, com desenhos cobrindo as paredes e brinquedos estão por toda a parte, inclusive com aquário, trazendo tranqüilidade aos que ali vivem, pos esta é a palavra, ali vivem, mãe e filho.

É preciso que haja em todos os estados iniciativas de humanização, que ocupem mais o horário nobre em prol de algum assunto que realmente seja nobre, e que mais insituições abracem estas mulheres e abracem também estes homens, e os ensine que o respeito a Deus e a família, devem estar em primeiro lugar. Tudo o mais pode esperar.
Que mais psicólogos, terapeutas ocupacionais, e etc, sejam contratados e andem, como todos, nos corredores ouvindo estas pessoas, elas precisam disto! É fortalecendo estas mulheres que elas terão mais energia para passarem para seus filhos.

Não tenham dúvida, o que está acontecendo por detrás dos consultórios médicos, merece uma atenção toda especial por parte dos nossos governantes. E que mais instituições como o Instituto Abrace http://www.institutoabrace.org.br/ sejam criados neste pais.

Motociclismo, Uma Paixão Que Vicia! (by Beto De Lucca - Estados Unidos)

Beto De Lucca
Todo mundo já viu ou ouviu falar de grupos de motociclistas que se encontram periodicamente, passeiam juntos, andam vestidos à caráter, entre outras peculiaridades deste universo de pessoas. Vou aqui dividir com você uma parte da minha experiência como motociclista, a qual envolve a participação em um destes motogrupos, além da convivência periódica com praticantes desta atividade tão especial. Quero contribuir um pouquinho para a disseminação dos prazeres e alegrias do mundo das duas rodas, nem sempre compreendido pela sociedade.

Bom, pra começar, é crucial esclarecer um engano muito comum. Muita gente chama os integrantes de motogrupos, ou motociclistas que passeiam sozinhos, de “motoqueiros”. Hoje em dia este é um termo considerado pejorativo, que designa algo de não muito bom associado ao fato de se pilotar uma moto. Como todos sabem, existem pilotos, mais comumente encontrados nas grandes cidades, que na verdade são um desastre para o já caótico trânsito destas localidades. Andam feito loucos por entre os carros, chutam os espelhos retrovisores de motoristas de automóveis que ousam não manter uma certa distância deles (ainda que eles trafeguem por um local proibido), estacionam nas calçadas, etc, etc, etc. Eu poderia enumerar mais umas dezenas de irregularidades praticadas diariamente por estes bárbaros, e que eu via todos os dias quando residia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, e ainda que em menor número, também infelizmente em Uberlândia. Estes são os “motoqueiros”, aqueles que usam a moto para o seu transporte, às vezes também o de mercadorias, mas que fazem questão de serem os loucos do asfalto. Infelizmente também às vezes existem generalizações, dizendo-se, por exemplo, que os motoboys são assim, o que evidentemente não é 100% verdade. Ainda que parte dos integrantes dessa classe sejam imprudentes, eu mesmo conheço alguns que são verdadeiros motociclistas, andando de acordo com a lei, respeitando os demais condutores da via em que estão, e que tem bom senso na hora de pilotar sua moto. Enfim, eu fiz questão de dar ênfase a esta questão, pois se você um dia for se dirigir a alguém que pilota uma moto e a sua intenção não é dar margem a uma eventual interpretação dúbia, diga “motociclista”, sempre!

Então como diria um apaixonado que conheço pela língua Inglesa, “back to the ice cream” (de volta ao sorvete, com sentido de volta ao assunto gostoso que estava sendo discutido antes...) gostar de andar de moto é algo que afirmo já ser quase genético. Se alguém discorda, como explicar, por exemplo, então uma paixão de uma criança, menino ou menina de às vezes 5 ou 6 anos de idade, de pais que nunca tiveram motos, por esse objeto de admiração de milhares de pessoas? Os olhos brilhando, o coração disparando ao se ouvir o som maravilhoso se aproximando, são os sintomas mais clássicos. Eu por exemplo, vivi numa família a vida toda sem motos, nunca tive contato com motociclistas, mas sempre colecionei objetos e adereços alusivos à Harley Davidson, minha paixão incondicional. Se eu comprasse uma moto, mesmo que maior de idade quando vivia próximo aos pais, a minha mãe morreria de enfarto, e o meu pai de desgosto. E ainda assim aquele sentimento me dominava.... E como eu, conheci tantas outras pessoas com experiências semelhantes, realmente com algo que “vem” no sangue, que está na alma. Por exemplo, meu sogro. Pilotou por mais de 40 anos, até hoje dá seus passeios (e ele está com mais de 70 anos). Ele uns anos atrás pegou minha sogra, e fez uma viagem de 700 km. Eu fiquei olhando, pensando, e cheguei à conclusão de que eles estava fazendo algo de muito bom.

Fui comprar minha 1ª. moto quando me mudei pra Uberlândia em 1999, uma Yamaha Virago 535. Eu nem acreditava que estava realizando esse sonho, e o mais incrível, eu o fiz sem saber andar de moto! Como estava longe dos pais, ninguém iria passar mal de saúde com preocupações, e eu poderia aprender com tranqüilidade. E depois de 15 dias, já me virava bem, mas posso dizer que aprendi a ser um motociclista mesmo após 01 ano de saídas praticamente diárias. Neste momento é importante descrever as 1as. sensações do vento no rosto que tantos falam. Não adianta abrir o vidro do carro e colocar a cara pra fora, não adianta ficar de frente pro ventilador, nem mesmo ir à bordo do Titanic e se colocar na proa com os braços abertos! Nada se iguala a um passeio, de preferência numa rodovia tranqüila, num dia de temperatura agradável, em cima da sua querida.... E não pense besteira, quando digo querida, sempre estou referindo à moto, claro! A sensação é inigualável, insuperável, incrivelmente única. Só um motociclista sabe o que é se recuperar de um dia de stress depois de pilotar sua máquina por uns 15 minutos. Nada pode ajudar tanto. Depois da Virago, passei pra uma Suzuki Bandit 1200 (essa deu grande emoção, apesar de ser de estilo diferente do que mais aprecio), depois um triciclo By Cristo Star II Top, em seguida pra “Verônica”, minha 1a.  Harley Davidson Softail (uma Springer), e por último, uma Harley Softail Rocker (a "Jennifer").  A Verônica era temperamental, nunca podia ficar mais de uma semana sem pilotá-la, senão ela me queimava. Eu como muitas vezes piloto de bermuda, ela se aproveitava disso quando se sentia abandonada, e pronto, dava aquela fritadinha na batata da perna.  Já a Jennifer, por ser mais novinha, me entendia sempre, pilotando ou não...rs... O difícil foi quando eu tive que me desfazer das minhas paixões, ah como chorei meus amigos.... às vezes as necessidades da vida nos obrigam a fazer coisas inimagináveis, contudo sempre há uma opção: e eu opto sempre pelo dia de amanhã melhor que o de hoje. Eu me mudei para os USA, e aqui estou ainda no começo, quando a coisa ficar melhorzinha, vou arrumar uma nova companheira....

Costumam dizer por aí que existem duas categorias de motociclistas, os que já caíram, e os que vão cair. Eu estou na categoria dos que vão cair, e se possível pretendo permanecer sempre nessa categoria. Agora as queimadinhas, essas são inevitáveis! O jeito é pedir pro Timba - Uberlândia - e pra Carla Rissatto – São Paulo (os melhores tatuadores do Brasil, sem dúvida!) tatuarem a minha perna, assim eu fico com dó de estragar a tatuagem, e piloto só de calças compridas, acabando com o risco de acabar com o pote de caladryl de casa.

E os motogrupos, uma boa ou não participar? Isso vai muito de cada um, é uma questão pessoal mesmo. Existem aqueles mais tradicionais, os que se encontram com menos freqüência, existem opções para adeptos de vários estilos. O maior e mais conhecido motogrupo do Brasil é o intitulado “Os Abutres”. Sempre de roupas de couro pretas, seus coletes com o emblema do grupo e o respectivo nome do motociclista, entre outros adereços. Assim como os demais motogrupos, só aceitam novos membros por indicação, e tem seu estatuto próprio, com todas as regras e condições para a adesão, direitos e deveres dos iniciantes e veteranos, tudo bem definido. Eu participei do “Hell´s Bells” de Jundiaí, na verdade um pequeno grupo de amigos fanáticos por Harleys, que se uniram e que quando dava na “telha”, ligavam suas queridas e partiam pro crime, no bom sentido, é claro! O que eu gostaria de citar aqui, o que realmente considero mais importante, é a questão de se viajar sozinho ou acompanhado de outras motos. Na minha opinião, o bacana e agradável, é ter os amigos por perto sempre que possível. Se é só uma união casual ou se são participantes de um mesmo motogrupo, isso não é o mais importante. O fato de estarem juntos naquele momento, dividindo a pista, trocando idéias, à disposição do outro se precisarem de apoio, e chegando junto no destino como se estivessem invadindo uma cidade, ah, isso não tem nada igual! O barulho das motos chegando juntas, os olhares admirados (mesmo que disfarçados às vezes), é algo que causa uma agradável sensação. Não é narcisismo não, nem tampouco exibicionismo. É simplesmente a vontade de mostrar ao mundo que existe uma forma muito bacana de ser feliz!

Enfim, aqui não quero deixar nenhum familiar desesperado por ter um ente querido partindo para o mundo das duas rodas. Quero sim poder ver mais pessoas livres do stress do dia-a-dia, mais felizes em casa ou no trabalho, e cientes de que podem mudar seu estado de espírito de uma forma simples. Tudo sempre com muita responsabilidade e prudência, pois de que adianta tudo isso se depois não estiver vivo pra contar a história!  Bom, valeu, e se vocês estiverem à fim, nos vemos na estrada!!!
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Estação dos Frutos Maduros (by Irmã. Selma Cristina - Portugal)

Irmã Selma Santos
    “UMA ÁRVORE TEM ESPERANÇA:
    MESMO QUE A CORTEM, TORNARÁ  A BROTAR,
    E NÃO FALTARÃO OS SEUS RAMOS.
    SE ENVELHECER NA TERRA A SUA RAIZ
    E MORRER O SEU TRONCO NO PÓ,
    AO CHEIRO DA ÁGUA REBROTARÁ
    E PRODUZIRÁ  FOLHAGEM COMO PLANTA NOVA. (Jó 14,7-9) 
          O livro da vida saberia de sobejo retratar aqui o que realmente me veio ao coração e à mente. Quando escrevo muito antes de transcrever o pensamento em palavras concebo o texto na mente e no coração, e sinto a força extraordinária desse dom que é pensar e expressar, ainda que de forma esboçada o que nos vai na alma.
          Sempre tive muita facilidade de convivência com as pessoas da chamada “melhor idade”, e quanto mais os meus anos vão se assomando, e meus cabelos já espelham uns raiozinhos brancos e bem chegados, penso que a vida é curta para tanto amor. Muitos poderiam falar de cátedra desse assunto, ao morar num continente onde o índice de idosos tem se acentuado consideravelmente penso o quanto essa gente de rosto sulcado e vivido merece nosso respeito e veneração, quanto a isso os orientais nos deixam humilhados e nos superam em muito.
          Nós, por vezes, ainda com as forças das pernas e o perfeito uso da razão, não avaliamos nem de perto nem de longe, o manancial de presença transformadora e transformante que nossos idosos oferecem. Ao trabalhar já a 16 anos com essa fatia da sociedade sinto que há muito que aprender com eles, e cada dia equivalem a 100 para ser bem aproveitado do nascer ao sol poente. Quem deles se aproxima acaba por perceber que a estação é já do fruto amadurecido sob o sol do sofrimento, da conquista, permeado de derrota, de esforço, de luta…por isso seu fruto tem sabor de vida, de coisa nova e boa, de paz de espírito, porque não se retraíram diante da batalha, não se acovardaram diante das decisões, não buscaram o próprio interesse e souberam olhar longe, tão longe que ao perder a vista não se confinaram no medo ou na angústia, lançaram-se como aventureiros da humana vida, vida única e tão cheia de desafios, entenderam por fim que nossa alma é peregrina e que aqui não há morada permanente.
          Temos uma missão a cumprir, e a chave da escolha está em nossas mãos, decidir cabe a nós, cada vida é única, e cada tempo rege uma estação, a maturação do meu fruto depende da qualidade da semente, da força de brotar, do esforço em busca do sol. Não voltaremos de novo a esse caminho, a minha certeza é agora, vou ser depois o que hoje escolho viver, se o próximo é meu irmão, certamente no fim seremos uma grande família, Deus saberá extrair de cada dor a pérola da paz, e que alegria chegar ao fim da minha humana jornada, já com as forças diminutas, mas com a alma grande de quem soube viver a vida como o maior e mais belo de todos os presentes.
          A todos meus irmãos da idade do fruto maduro meu mais reverente beijo, reconhecido, grato e comovido, suas pegadas mudaram o rumo da terra, e sua existência o curso da humanidade. 
    “SOU MAIOR DO QUE QUALQUER COISA QUE POSSA ACONTECER
    COMIGO. TODAS ESSAS COISAS- TRISTEZA, DESGRAÇA E SOFRIMENTO- ESTÃO ALÉM DA MINHA PORTA. EU ESTOU DENTRO DE CASA E TENHO A CHAVE COMIGO.”
                                                                                       (Charles F. Lummis)
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domingo, 17 de outubro de 2010

A China na Visão de um Brasileiro Vencedor de Reality Show em Pequim (By Beto De Lucca)

Beto De Lucca
É como se fosse um desenho animado: após horas dentro de uma máquina (o avião no mundo real), de repente acordamos num mundo completamente diferente do nosso. Olhares fixos, muitas vezes estarrecidos, caem sobre nós de maneira incisiva. Com certeza é algo que causa certa estranheza, ao menos a quem não está acostumado a ser o centro das atenções.  Não se trata de um outro planeta, mas sim de um lugar do outro lado da Terra, a China.

Sem passar pela experiência fica muito complicado falar alguma coisa, mas ainda sim podemos arriscar algumas sensações. Logo de cara quando descemos do avião já sentimos os olhares aguçados dos Chineses, em função de sermos Ocidentais e de nos vestirmos de modo significativamente diferente. O fato da abertura comercial ter se dado muito recentemente, ainda existe uma certa “perplexidade” ao se observar Ocidentais nas ruas, principalmente por parte dos pessoas de mais idade. É uma sensação única ser observado dessa forma, e a única coisa que eu fazia quando por vezes me sentia um pouco incomodado, era retribuir o olhar incisivo.

A alimentação me parecia algo que eu tiraria de letra na China, especialmente em Pequim, uma cidade grande. Eu que sempre comi em restaurantes Orientais, especialmente os Chineses, achei que talvez com poucas exceções, poderia comer quase que de tudo. A verdade se mostrou um pouco diferente, pois já no 1º. jantar que tive, quase tive que ir para o hospital.... Como eu adoro comida apimentada, daquela forte mesmo, não relutei em aceitar um prato de carne de porco embebido num molho escuro, bastante oleoso, e “spicy”, como me disseram. O sabor era delicioso realmente, mas com certeza continha além de pimenta algum tipo de erva que me causou um formigamento nos lábios quase que incontrolável. Perdi a sensibilidade normal de toda boca, ao mesmo tempo sentia um forte ardor e não parava de tremer. Tomei coca-cola para tentar controlar a situação, mas não consegui terminar o prato... Depois desta experiência, passei a ser bastante cuidadoso, pois logo percebi que pratos deste gênero eram comuns em praticamente todas as refeições, e às vezes a aparência de um belo camarão ou bife inofensivo, revelava sensações um pouco mais agressivas do que eu estava disposto a enfrentar. Enfim, apesar de tudo isso, eu tenho que dizer que adorei muita coisa: alguns tipos de mariscos diferentes bastante saborosos, cogumelos de inúmeras espécies, macarrão ou “noodles” com molho de carne envelhecido (foi assim que me explicaram), e até mesmo um espeto de besouros bastante saboroso.

Algo bastante interessante que encontrei em Beijing (como Pequim é chamada por lá), foi uma considerável admiração de diversos Chineses que sabiam que eu era Brasileiro. O estreitamento do relacionamento comercial entre o Brasil e a China, a grande admiração do povo Chinês pelo nosso futebol, entre outros fatores, desperta no povo Chinês uma grande vontade de saber mais sobre o Brasil. Eles ficam aguardando que falemos alguma coisa sobre o país, algo que eu fiz inúmeras vezes. Alguns interlocutores se manifestaram quase que extasiados com a nossa conversa, em virtude de tão interessante que eles a consideravam. Na verdade eles ouviam coisas que seriam praticamente impensáveis na China, tais como a descrição de uma churrascaria lotada em São Paulo, ou os acontecimentos bons e ruins que se passam na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro, entre outras coisas. Um dos assuntos que mais me chamou a atenção foi quando por algum motivo contei mais ou menos como os adolescentes no Brasil costumam namorar, ficar, etc., e eu pude sentir no olhar de quem eu falava que aquilo era algo muito diferente para eles.

No ambiente empresarial pude perceber também várias particularidades da cultura Chinesa, além daquelas já muito mencionadas quando alguém fala desse assunto (entregar e receber cartão de visita sempre com as duas mãos, evitar usar a cor amarela forte por simbolizar sexo, etc). Notei claramente como a formalidade faz parte do dia-a-dia com os executivos, e que alguns rituais a acompanha. Por exemplo, se um executivo vai fechar um negócio num almoço, todos os chineses irão fumar e beber durante a refeição, e eles esperam que você faça o mesmo. Se você não fuma pode até recusar muito educadamente, mas se não aceitar a bebida o fechamento do negócio estará certamente em risco.

Outra questão interessante é que a percepção de qualidade que os brasileiros tem dos produtos chineses é muito equivocada, em virtude do comércio informal no Brasil importar principalmente os produtos de menor preço e consequentemente de menor qualidade. Para comprovar isso, nada melhor que visitar um dos mercados de produtos falsificados na China. Você verá que a grande maioria dos artigos é de qualidade tão grande que certamente supera a de muitos produtos tidos como “de marca”. E isso vale para roupas, calçados, eletro-eletrônicos, enfeites, artigos de couro, entre milhões de outras coisas. Se o Brasil passasse a importar de forma mais expressiva produtos deste nível, a impressão mudaria de imediato no Brasil. E o melhor: é tudo barato, mas muito barato mesmo. Quer uns exemplos: comprei uma jaqueta de couro de uma marca famosa de motocicletas, a qual custa no Brasil por volta de R$ 1.500,00. Paguei pela mesma jaqueta mais ou menos R$ 190,00. Também comprei uma máquina digital que no Brasil é vendida por R$ 2.500,00, pagando apenas R$ 1.300,00.E só não comprei muito mais porque a cota de viagem permitida pela Receita Federal não é suficiente para matar as minhas vontades.

O volume de negócios entre Brasil e China vem crescendo de forma tão  impressionante, o que claramente mostra que ambos os lados estão aprendendo a superar as diferenças culturais. E eu posso garantir, apesar de algumas situações demandarem um esforço razoável, a recompensa é gigantesca. O enriquecimento ocorrerá para ambos os lados, e eu não falo só do material, mas sim daquele que ninguém nunca mais poderá tirar de quem o adquiriu.

Ah, eu já ia me esquecendo.... eu fui a Pequim para participar do “Absolute Challenge”, a versão Chinesa do reality show de recrutamento de executivos “O Aprendiz”, e tive a felicidade de ser o vencedor. Assumi a gerência internacional de marca de uma multinacional Chinesa com ponto de presença em SP, e ao término de meu contrato voltei pra Uberlândia. Não tem jeito, a paixão pelo Triângulo Mineiro me fez optar por me estabelecer nesta região, aonde após algum período de muito estudo para me formar como terapeuta em Programação Neurolinguística, consegui a autorização para montar a unidade do Instituto Você (www.1234voce.com.br). Foi o amor inexplicável de um paulista que bebeu a água dessa terra, e que não insiste em matar a sua sede sempre que possível neste lugar.

E passados alguns anos, 20 treinamentos “VOCÊ”, 02 treinamentos “DIAMOND”, e 01 curso “Practitioner” depois, estou eu aqui começando do zero na Florida, USA, prestes a lançar o treinamento VOCÊ por aqui. É a combinação de dois sonhos de uma vez, que mesmo com a dor da solidão que sinto por estar longe de tantas pessoas queridas, still keeps me moving!!!   

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Beto De Lucca
INSTITUTO VOCE - Human Training and Development
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Portugal, Amor a Primeira Vista - Texto de Ir. Selma Cristina (Portugal)


Irmã Selma Santos
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis
 e pessoas incomparáveis"

         Tudo começou a dezesseis anos atrás quando pela primeira vez meus pés pisavam as terras lusas, confesso o medo da viagem, o receio de tantos quilómetros, o inesperado, o novo, tudo desvaneceu à primeira vista do nascer do sol beijando as águas do Rio Tejo sob a linda ponte 25 de Abril, foi amor à primeira vista, meus olhos queriam gravar tudo na retina ao mesmo tempo não sabia para qual lado olhar, e o abraço acolhedor do Cristo Rei, a melhor das acolhidas, fiquei rendida à beleza de Lisboa, “cheira bem, cheira Lisboa.”
         A alma cantou com Camões os Lusíadas tão estudado e esmiuçado no Curso de Letras, juntar a teoria com a prática foi lufada de conhecimento no ser, foi rever a epopeia lusa em meio a tantas conquistas, me vi mergulhada naquela história imensa de navegadores, literatura, cultura, conhecimento, conquista do mundo e rastros deixados da alma lusa em cada canto do planeta.

         Portugal tornou-se meu segundo teto, minha terra, meu povo por adoção, descobrir a língua com seu jeito original, de onde derivou a minha, aprender o jeito, sentir novos sabores, ver tradição em cada canto, aprender um mundo novo enamorou meu coração. Cada terra uma história, cada nome uma razão, cada brasão uma família, cada português mais um irmão, estar em Portugal é estar em casa, minha segunda casa, meu povo irmão.

         Não tardou nada, só o tempo preciso, para me tornar portuguesa também, ainda por defeito não sei apreciar como deveria a gastronomia, mas me adaptei bem dentro dos padrões normais, sou apreciadora dos bons vinhos, das vinhas que embelezam os campos por ocasião das vindimas, das oliveiras que dão às encostas aquele ar de pertença, de generosidade e verde esperança. Pisar em solo português, é como chegar na casa de um amigo querido, de gente boa e fé em Deus, é ver com olhos maravilhados o dourado das Igrejas, o capricho pelas coisas do Divino, é extasiar-se diante dos Mosteiros, ricos em cada detalhe, em expressão do belo e do eterno. Cada beleza natural diz da preferência de Deus Criador por derramar em cada cantinho de Portugal toda Sua inspiração criativa, a natureza engalanada se apruma e mostra o que ela é capaz, beleza e encanto.

         Descobrir o fado, o ar especial da Baixa de Lisboa, a delícia sem palavras dos pastéis de Belém, tomar um café na esplanada na Rua Augusta, subir às ruínas do Castelo de São Jorge, e perder o fôlego com a vista, isso é Lisboa, cheiro à vida, à gente querida, ao passado reescrito no agora, Lisboa é Fernando Pessoa, é poesia, é calor mesmo no frio com as castanhas assadas, é história que continua em cada rosto que dá colorido à essa vida lusa.

         Obrigada Portugal, simpatia e norte a sul, de calor humano e rostos também sulcados pelas lidas da vida, mas com uma esperança enorme no coração, rendi-me aos seus encantos, e sei que meu coração verde-amarelo, também se pinta de verde-vermelho e sabe apreciar o que de maravilhoso Deus fez por nós, Brasil e Portugal terras abençoadas com o privilégio da paz.

         Minha alma sem fronteiras, é mais feliz porque sabe o valor que a vida tem, um beijo amigos, vivamos cada momento como o mais precioso de todos, no agora SOU FELIZ!  
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Neuro-Linguistic Programming (NLP) - text by Beto De Lucca

Beto De Lucca
What a tremendous resource NLP is when working with clients and coachees! When you have this plethora of skills and techniques to draw from, it is easy to help clients. Experienced NLP Practitioners know what to use from their tool kit that will work. That continues to be true in my experience. Often I get Coaches who want to learn the NLP skills, because while they have the certifications and certain skills, they think they don't have enough resources to coach effectively. 

While we have many choices we don't tell our clients, "take 3 swish patterns, a visual squash, 1 change history and call me in the morning." There is so much more to working with clients than a technique or two. 

For example, I recently had a client with a lifelong phobia. I could have gone right to the fast phobia cure, but I followed Richard Bandler's words from long ago... "in client work 97% is gathering information, 2% is the actual change work and 1% is collecting the fee." 

So I paid attention. The client's language went like this repeatedly, "I would like to control MY fear, MY panic attacks when facing MY phobia. I would like to be I control of MY phobia" When using this language her images were multiple, very close and huge. She was surprised that she created the terrifying pictures with her use of language. I began to shift the language from my to this to THAT fear and away from "phobia" as well. Shifting the language created distance and was a verbal and visual swish pattern. As she began to model my language, I could see her pictures move off into the distance and get smaller, as her response became less intense and then indifferent. 

This verified my belief that most change takes place on a linguistic level and sensory acuity is the key to doing effective client work. Be aware. LISTEN to your client/coachee. As Richard Bandler has often said the client will tell you what they need. 

My work was almost done. But not yet. We anchored it in with another version of the fast phobia cure and of course hypnosis. I just wanted to stack the deck in her favor. Upon testing, it was gone. One more phobia bit the dust! 

Even when I teach NLP, we spend more time on language and teach the techniques toward the end of the course. Using Hypnosis also serves to anchor in the new behavioral pattern. 
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Beto De Lucca
INSTITUTO VOCE - Human Training and Development
Miami/FL - USA: 1-954-683-1234
Uberlandia/MG - Brazil: 55-34-323-1234-0

Reencontro - Texto de Maria Edith F. A. Rufino

Maria Edith Rufino
A medida que o tempo passa, quando se está longe de casa, mais aperta a angustia e a vontade de rever as pessoas que amamos. 

Hoje conversei via vídeo conferência com meus irmãos, minha mãe e uma afilhada. E a medida que os via ia passando um filme na minha cabeça, suas vidas, seus medos, o mundo de cada um. E por mais que eu quisesse simplesmente deliciar com aquele momento, não conseguia somente vivê-lo, queria tocá-los; e a lembrança de festas, as conversas jogadas fora, as risadas, ecoavam em minha cabeça como um sino que tilintava incessantemente, mas ao mesmo tempo tudo era leve como o orvalho do céu. Uma bênção.

Quando desligamos, subitamente voltamos a realidade. 

Mesmo que o nosso agora, também seja uma bênção do céu, a ausência das pessoas amadas nos deixa frágeis, nos torna carentes e tudo é pouco. Já não basta conversar, precisa tocar, precisa sentir.

Porem já vivi esta experiência antes, e quando estamos sozinhos, inconscientemente vamos voltando pra dentro de nós mesmos, numa busca insensata do que não se perdeu, porém achamos por vias aparentemente tortas, coisas novas dentro da gente, por exemplo a capacidade de reinventar, de redescobrir.

A primeira vez que experimentei tais sentimentos vi que a distância dos que amamos dói, machuca e foi, como hoje, igualmente insuportável.

Depois de algum tempo a saudade não flui no espaço, mas ela acalma e nesta mesma medida o coração e a mente voltam a pulsar compassadamente. Você adquire novos hábitos, conhece novas pessoas e assim forma-se novos círculos de amizade e conhecimento. E vemos pouco a pouco a vida seguir o teu curso.

Nada parou, nada ficou estagnado, apesar de todas as dores. 

Até que, ao revê-los, você  sente que o sangue explode em suas veias jorrando pelos seus poros, e o que estava adormecido, finalmente naquele abraço, se revela. 
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