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terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Estação dos Frutos Maduros (by Irmã. Selma Cristina - Portugal)

Irmã Selma Santos
    “UMA ÁRVORE TEM ESPERANÇA:
    MESMO QUE A CORTEM, TORNARÁ  A BROTAR,
    E NÃO FALTARÃO OS SEUS RAMOS.
    SE ENVELHECER NA TERRA A SUA RAIZ
    E MORRER O SEU TRONCO NO PÓ,
    AO CHEIRO DA ÁGUA REBROTARÁ
    E PRODUZIRÁ  FOLHAGEM COMO PLANTA NOVA. (Jó 14,7-9) 
          O livro da vida saberia de sobejo retratar aqui o que realmente me veio ao coração e à mente. Quando escrevo muito antes de transcrever o pensamento em palavras concebo o texto na mente e no coração, e sinto a força extraordinária desse dom que é pensar e expressar, ainda que de forma esboçada o que nos vai na alma.
          Sempre tive muita facilidade de convivência com as pessoas da chamada “melhor idade”, e quanto mais os meus anos vão se assomando, e meus cabelos já espelham uns raiozinhos brancos e bem chegados, penso que a vida é curta para tanto amor. Muitos poderiam falar de cátedra desse assunto, ao morar num continente onde o índice de idosos tem se acentuado consideravelmente penso o quanto essa gente de rosto sulcado e vivido merece nosso respeito e veneração, quanto a isso os orientais nos deixam humilhados e nos superam em muito.
          Nós, por vezes, ainda com as forças das pernas e o perfeito uso da razão, não avaliamos nem de perto nem de longe, o manancial de presença transformadora e transformante que nossos idosos oferecem. Ao trabalhar já a 16 anos com essa fatia da sociedade sinto que há muito que aprender com eles, e cada dia equivalem a 100 para ser bem aproveitado do nascer ao sol poente. Quem deles se aproxima acaba por perceber que a estação é já do fruto amadurecido sob o sol do sofrimento, da conquista, permeado de derrota, de esforço, de luta…por isso seu fruto tem sabor de vida, de coisa nova e boa, de paz de espírito, porque não se retraíram diante da batalha, não se acovardaram diante das decisões, não buscaram o próprio interesse e souberam olhar longe, tão longe que ao perder a vista não se confinaram no medo ou na angústia, lançaram-se como aventureiros da humana vida, vida única e tão cheia de desafios, entenderam por fim que nossa alma é peregrina e que aqui não há morada permanente.
          Temos uma missão a cumprir, e a chave da escolha está em nossas mãos, decidir cabe a nós, cada vida é única, e cada tempo rege uma estação, a maturação do meu fruto depende da qualidade da semente, da força de brotar, do esforço em busca do sol. Não voltaremos de novo a esse caminho, a minha certeza é agora, vou ser depois o que hoje escolho viver, se o próximo é meu irmão, certamente no fim seremos uma grande família, Deus saberá extrair de cada dor a pérola da paz, e que alegria chegar ao fim da minha humana jornada, já com as forças diminutas, mas com a alma grande de quem soube viver a vida como o maior e mais belo de todos os presentes.
          A todos meus irmãos da idade do fruto maduro meu mais reverente beijo, reconhecido, grato e comovido, suas pegadas mudaram o rumo da terra, e sua existência o curso da humanidade. 
    “SOU MAIOR DO QUE QUALQUER COISA QUE POSSA ACONTECER
    COMIGO. TODAS ESSAS COISAS- TRISTEZA, DESGRAÇA E SOFRIMENTO- ESTÃO ALÉM DA MINHA PORTA. EU ESTOU DENTRO DE CASA E TENHO A CHAVE COMIGO.”
                                                                                       (Charles F. Lummis)
 This article is copyright to the author and may not be reproduced without permission.

2 comentários:

  1. Lindo!!!!!!!!!! Esta é a verdadeira sabedoria. Em cada raiozinho branco existentes nestas cabecinhas, se quizessem ouvir, o maior dos cátedras, ainda assim teriam a maior aula de suas vidas. Beijo

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