Marina I. Jones Os Executivos Aventura Humana Tecnologia Mundo Rural Colaboradores

domingo, 21 de agosto de 2011

Terrores da Noite

“Aquilo que mais secretamente tememos sempre acaba acontecendo. Albert Camus. Esta bela frase do Camus sempre me perseguiu como uma sombra. Eu sabia que ela estava alí em algum lugar, a me perseguir e por isto mesmo evitava ao máximo possível, olhar para trás. Mas o que eu não sabia é que, também acontecem coisas que sequer imaginamos e elas, talvez por serem surpreendentes, são ainda mais assustadoras.


Mas, só agora eu percebo que, durante toda minha vida, sempre agi como se fosse um highlander, um ser imortal que desprezava olimpicamente as fraquezas das demais pessoas, que muitas vezes precisam recorrer a medicamentos para vencer medos imaginários como o sentimento de pânico, muito comum nas pessoas, embora cada uma com uma razão específica. Do meu Olimpo, eu achava tudo aquilo muito primitivo e superficial e tecia meus comentários às vezes irônicos sobre uma fraqueza que eu julgava muito fácil de ser controlada.

Até que um dia, 10 anos atrás, sorrateiramente, no silêncio da noite, estando sozinho em minha cama, fui tomado por um sentimento inexplicável de pânico. Era madrugada e eu estava só e não sabia exatamente o que eu estava sentindo, era uma sensação completamente nova, algo assustador e sem controle que me fazia parecer minusculo num quarto imenso e o pior, a sensação e a de que estava sendo esmagado por alguma coisa invisível , sobrenatural e terrível, que eu queria  evitar, não havia como fugir.
Mas passou e considerei aquilo um episódio isolado, uma destas coisas inexplicáveis que nunca mais irão se repetir, até que ela acontece pela segunda vez. 


“O medo tem muitos olhos e enxerga coisas nos subterrâneos.” Esta frase de Cervantes é eterna e se encaixa em nosso mundo atual. Dois mil e dez foi um ano marcante para mim, com uma série de acontecimentos e que me trouxeram alguns medos e esperanças que eu nunca havia experimentado. E 2014 foi um ano assustador no qual perdemos uma filha, num desses acasos do destino pois, as piores coisas acontecem quando menos se espera.

Resta-nos então a verdade terrível, de que tudo acontece ao acaso, dominado por forças que sequer podemos compreender mas, era bom crer, que podemos de alguma forma traçar nossos destinos.  Depois,  os medos acabam por nos limitar ao espaço que efetivamente podemos controlar e ele é muito restrito mas, felizmente somos movidos a vaidades e sonhos que vão nos devolvendo uma confiança ilusória, de senhores do destino até que seja necessário uma nova queda para recuperarmos a realidade.





quinta-feira, 30 de junho de 2011

Eu e o Call Center da VIVO 3G

Vivo: Boa tarde. Aqui é da Vivo. Eu gostaria de falar com o Sr. Rogério.


Eu: É ele, uma boa tarde.


Vivo:  Foi o senhor quem reclamou na Anatel sobre a qualidade de nossos excelentes serviços de internet?


Eu: Foi sim, mas eles não são excelentes, muito pelo contrário.


Vivo: Perdão senhor, mas quem define se eles têm ou não qualidade somos nós. Por acaso o senhor sabe o que é diagrama de Pareto?  Claro que não. Logo, não sabe do que está falando. Mas, nossa empresa tem o nobre conduta de sempre achar que o cliente têm razão, embora isto nunca aconteça. Então vamos admitir, por hipótese, que o senhor possa ter razão e nossa qualidade esteja ruim.


Eu: Vocês são muito gentis.


Vivo: Eu sei senhor. Para agilizar,  me dê seu endereço.


Eu: Mas eu já disse 1 milhão de vezes que moro na fazenda.


Vivo: Perdão senhor, mas é a primeira vez que diz isto. Pois bem, o senhor mora na fazenda, então seja solícito e me dê o endereço e o CEP do local.


Eu: Meu filho, fazendas não têm endereço nem CEP. O  correio não vem aqui.


Vivo: O senhor mora no Brasil?


Eu: Sim, claro, não entendi.


Vivo: Perdão senhor,  mas o correio vai a todos recantos do Brasil, por menores que sejam. Pois então, respire fundo e diga logo o endereço. O senhor sabe ler?


Eu: Sim meu filho, eu sei ler. Olha,  isto aqui é uma fazenda, tem vacas, arvores, cavalos e florestas.


Vivo: Captei sua mensagem. O senhor é do estilo Tarzã? Mora nas árvores? Neste caso  lamento, não estamos autorizados a atender clientes pendurados em arvores. A Vivo é antes de tudo, uma empresa ecológica. Coisa feia senhor!.


Eu: Olha, é o seguinte, eu posso lhe dar minhas coordenadas geodésicas. Você conhece um GPS, não?


Vivo: Evidente senhor, deixe de ironias. Eu tenho um GPS. Qualquer pessoa normal tem um GPS. O senhor eu não sei, afinal não sei se é normal morar em árvores.


Eu: Ok, anote então minhas coordenadas..


Vivo: Perfeito senhor, vejo que o senhor mora na beira de um grande lago. O senhor é pescador? Não temos ainda o serviço de internet marítima. O senhor tem que reclamar com a Presidente Dilma neste caso. Posso transferir se quiser.


Eu: Eu não sou pescador, moro numa fazenda na beira da represa.


Vivo: Sei, mas vejo aqui, que sua toca está do lado de Minas Gerais e o senhor adquiriu o serviço em Goiás. Lamento senhor, se o senhor não mudar para a outra margem agora, vou denunciá-lo por pirataria.


Eu; Está bem, não me denuncie por favor, mas eu também tenho um chip 3G de Minas Gerais.


Vivo: O senhor é esperto, tentando me enganar?


Eu: Claro que não. Posso te dar o numero já.


Vivo: Ok senhor, este é o problema. O  senhor está em Minas e nosso sinal não está autorizado a atravessar o rio. Portanto use o chip correto e procure sinal de uma cidade mineira mais próxima.


Eu: Não posso. Aqui só pega sinal de Goiás. Estou na fronteira Minas Goiás.


Vivo: Então senhor mude sua sede para o outro lado do rio e podemos conversar.


Eu: Ok, Ok Ok, eu tenho uma instalação em Goiás, pode olhar ai na tela. Você me verá nadando até a outra margem.


Vivo: Sim, estou vendo. O senhor até que nada bem, mas não molhe o modem, afinal ele está fidelizado e o senhor ainda nos deve algumas parcelas.


Eu: Ok, prometo se eu me afogar, tento salvar o modem primeiro.


Vivo: É bom mesmo. Vou deixar uma musiquinha para o senhor e quando chegar lá, me chame. Mas não precisa gritar. Seja educado.


Eu: Você é muito gentil.


 Minutos depois...


Eu: Alô Vivo, câmbio?


Vivo: Pois não senhor, em que posso ajudar?


Eu: Não se lembra, eu atravessei a represa, para pegar o sinal de Goiás.


Vivo: O senhor é um fanfarrão. E o que eu tenho com isto senhor?


Eu: Filho eu quero resolver o problema de minha internet.


Vivo: Mesmo? O senhor é técnico? Se o senhor fizer isto perde a garantia, entendido?


Eu: Ok, então por favor resolva meu problema.


Vivo: Desculpe senhor, não sou psicanalista senhor. Ligue para o AAA ou para os bombeiros. Eles podem dar um jeito.


Eu: Filho, quero que resolva o problema de minha internet.


Vivo: Ah, por que não disse antes. Sim , claro, isto é comigo mesmo. Qual é o problema, nossos sistemas jamais dão problemas. O senhor é um fanfarrão?


Eu: Não sou. Minha internet está muito lenta.


Vivo: Um vejamos. Mas a localidade que o senhor está é 2G, logo a velocidade é baixa mesmo. Senhor, eu tenho mais o que fazer.


Eu: Ok, espere, mas minha velocidade é de 10 Kbps.


Vivo: huahuahuahuahuahua o senhor é hilariante. Senhor,  isto não existe.


Eu: Mas é a velocidade com que eu estou acessando a Vivo neste momento, olhe no seu monitor.


Vivo: Estou vendo. Inacreditável. O senhor se chama Barrichelo?


Eu: Não senhor.


Vivo: Então o caso é grave, vou consultar nossos especialistas, volto a ligar em 5 dias.  Tenha uma boa tarde.


Cinco dias depois


Vivo: Senhor Rogério por favor.


Eu: É ele,


Vivo: Olá senhor. Por favor, pule na represa e nade até a outra margem. Precisamos fazer alguns testes.


Eu: De novo?


Vivo: O senhor quer resolver ou não seu problema?


Minutos depois:


Eu: Pronto, já estou acessando de Goiás.


Vivo: Huahuahuahuahua, o senhor é ótimo. Está ouvindo as palmas? É a galera aqui acompanhando sua travessia. O senhor está muito popular por aqui.


Eu: Ok obrigado, mas podemos fazer os testes?


Vivo: Infelizmente não, senhor. Os especialistas disseram que nada podemos fazer. Nossa prioridade nesta área é atender o serviço de voz. Internet, nem pensar. Pode voltar para Minas, mas espere um minutinho, vou chamar a galera.


Eu: Isto é um absurdo. Vou chamar a Anatel.


Vivo: O senhor quer que eu transfira. Posso te colocar em contato com uma pessoa incrível que conheço lá.


Eu: Vou ao Procon.


Vivo: Isso senhor, assim que se fala. Aliás, também conheço alguem lá, se quiser posso transferir.


Eu: Não obrigado, eu mesmo faço isto.


Vivo: O senhor é quem sabe. E obrigado por utilizar nossos serviços. Por favor, o senhor poderia responder um questionário rápido sobre a qualidade do meu atendimento.


Eu: Vocês vão acabar me matando. Tenho vontade de pular da janela.


Vivo: Senhor não faça isto, suicídios fazem mal a saúde. Tenha uma boa noite senhor e comporte-se. E responda o questionário, ok?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Anjo Vingador

Ao abrir meu Facebook hoje meus olhos se detiveram num post de uma amiga:  Homem chora morte de égua atropelada em beira de estrada no interior de São Paulo. Nele havia uma foto, triste, do homem chorando abraçado ao corpo já sem vida do animal, que ele conhecia desde os 15 anos. Talvez para a maioria de vocês isto pareça sem sentido e mesmo surpreendente, mas eu já experimentei esta dor e posso lhes assegurar, fujam dela, pois ela é como os lugares gelados e úmidos, nos quais o frio parece  penetrar até nas nossas almas.

Certa vez, quando já havia me mudado para a fazenda, uma vaca dali adoeceu e não houve o que se pudesse fazer para salvá-la. Para o leitor entender, mesmo entre os animais existem aqueles que são extremamente dóceis e pelos quais desenvolvemos uma afeição especial, talvez pelo fato de vermos neles um esboço de algo genuinamente humano, que são os sentimentos.  E eu a vi definhar lentamente e o pior,  eu podia ver toda a extensão de sua dor e da sua luta desesperada pela vida, pois os animais, diferentemente dos seres humanos, não desistem jamais, se agarrando a toda e qualquer esperança, por menor que seja. Instinto ou pureza de sentimentos?

Mas chegou o momento, não havia mais nada a fazer, era preciso tirar-lhe vida para evitar um sofrimento maior.  E é justamente a contemplação da dor sem esperanças que  nos dá a força necessária pela  solução mais radical e sem volta: a morte. Peguei a injeção e preparei a solução que  ia lhe proporcionar um fim rápido e sem dores.

Mas naquele instante, fui surpreendido,  ela me olhou direto nos olhos, um olhar triste desamparado,  como se soubesse do que estava prestes a suceder. Aquele olhar jamais esquecerei pois ele vasculhava bem no fundo de minha alma, a procura de uma explicação talvez. Eu podia compreender o seu pavor e ouvir seus gritos no silêncio, o seu choro quase infantil, a  sua súplica para que eu a salvasse, mas eu não podia. Meu papel alí  era outro: eu era seu anjo vingador.  

E então  eu introduzi a agulha  em sua veia  e  o liquido incolor e aparentemente inofensivo deslizou suavemente em sua corrente sanguínea. Por um segundo eu quis parar e salvá-la, mas a lucidez retornou rapidamente me lembrando que não havia mais esperanças. E  como um carrasco, eu pude contemplar os leves  tremores se iniciarem e se espalharem por todo o corpo expulsando a vida. A morte avançava lentamente de dentro para fora e logo já dominava os olhos que ainda, num ultimo ato de cruel coerência,  perscrutavam os meus. Mas agora não havia mais súplicas no ar, mas a desolada e cinzenta certeza da morte e sua desesperança. Eu tentei me esquivar, mas não pude,  era mais forte que eu e subitamente não pude mais conter a emoção  e as lágrimas irromperam incontroláveis e um choro doído e silencioso  se apossou de mim. Foi uma das poucas vezes que chorei, mas durou o que me pareceu uma eternidade. Talvez por isto eu compreenda tão bem o que sentiu o homem da reportagem.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Marcha das Vadias e as Redes Sociais

É inegável a contribuição que as redes sociais prestam ao nosso enriquecimento cultural. De todas elas o Twitter é o mais completo, e utilizando bem suas listas, que nos permitem separar o joio do trigo, podemos nos manter atualizados com aqueles assuntos que efetivamente nos interessam. Mas ele é menos friendly, e o Facebook tem este ambiente mais grande família e é ali que encontramos o que existe de mais heterodoxo. 


Dias atrás meu Face foi inundado de posts de uma tal marcha das vadias que, a princípio pensei que era de representantes da mais antiga profissão do mundo reivindicando seus direitos, como CLT, FGTS e aposentadoria precoce por periculosidade, mas não, no dia 18 de junho mais ou menos, ocorreu a famosa e importantíssima Marcha das Vadias (Slut Walk) em todo território nacional. 

O Movimento teve origem em Toronto, Canadá, quando um policial aconselhou às mulheres que evitassem se vestir como "vadias" a fim de evitar a violência sexual. Esta declaração infeliz, gerou uma série de protestos em cascata no mundo todo, contra a declaração infeliz do policial que inverteu a ordem dos fatores, ou seja a vitima se tornou culpada da agressão. Mas, eu suspeito que, também é uma luta pela preservação do estilo vadio de ser, modelito que nunca saiu de moda na verdade. 

No intuito de apresentar ao leitor um painel fidedigno de como foram as manifestações em Pindorama, busquei junto a minhas X-9 (informantes na gíria jornalística) um relato sucinto das manifestações em diferentes pontos do território nacional: 

São Paulo 
A cavalgada das Valquírias, quer dizer a Marcha das Vadias, transcorria dentro da mais absoluta paz quando, na Esquina da Av. Ipiranga com a São João, as Vadias cruzaram com a Marcha das Pessoas Diferenciadas. Vendo aquela mulherada em trajes mínimos, turba diferenciada partiu obviamente para aplicar a teoria do policial canadense, buscando o sexo fácil com as "vagabundas" asi no mas, que responderam imediatamente com pedradas e coqueteis molotov. A confusão foi num crescendo tal até que os manifestantes foram contidos pelas balas de borracha, cassetetes, cães raivosos e gás mostarda disparados pela tropa de choque do governo. 

A turba protestante, temendo ser massacrada, saiu em disparada no meio do rush paulista, e muitos acabaram pisoteados pelos elefantes de um circo das redondezas que, assustados com o tiroteio, trataram de se safar também, acompanhando a multidão galopante e saltitante. No final da farra do boi, quer dizer, do elefante, não se sabia mais, quais manifestantes eram vadios e quais eram diferenciados e pelo sim pelo não foram todos taxados pelo delegado de plantão, Sr. Otoridade da Silva, como vadios diferenciados. 

Curitiba 
A Marcha ocorreu sem maiores sobressaltos. Ela começou no estádio do Cocha, com pelos menos 112 vadias e muitos vagabundos simpatizantes. Em pouco menos de 30 minutos no entanto, mais da metade das vadias, foram vitimadas pelo frio glacial curitibano e cairam como galinhas congeladas no macadame envenenado das ruas curitibanas. A outra metade foi atacada ferozmente por um grupo de neo-nazistas e somente uma manifestante conseguiu terminar a marcha pela vitória galinácea: uma velhinha de 92 anos, ignorada pelos neo-nazi, que havia entrado na manifestação por engano, achando que era alguma procissão de São Lutero. 

Brasilia 
Tudo ia muito bem pela esplanada até que a líder das vadias botou a boca no megafone conclamando as vadias de qualquer raça e credo a se juntarem a marcha vagabundícea. O políticos que ainda estavam no congresso e nos ministérios ouvindo aquela palavra mágica, vadias do mundo, uni-vos, pensaram que o negócio era com eles, alguma luta da corporação pela melhoria de seus aviltantes salários e desceram em disparada rumo a marcha messalínica. Nos bordeis próximos, as vadias profissionais também resolveram aderir aquela manifestação amadora e abandonaram o restante dos políticos de Pindorama de mão e bilaus abanando, saindo em correria,  deixando um rastro de destruição e óleo Johnson pelos corredores dos covis

Rio de Janeiro 
A vadiagem saiu pelas areias de Copacabana peladas e gritando palavras de ordem. Subitamente o pelotão de frente foi dizimado por uma saraivada de balas perdidas disparadas por um chefe traficante que estava testando seu novo fuzil automático. Como o bando saiu na correria temendo coisas piores, foram atacados por um pelotão do Bobe confundidos com arrastão. O Caveirão entrou arrasando em alta velocidade atropelando as vadias ao mesmo tempo que lançava granadas de em todas as direções. A única vadia sobrevivente acabou sendo trancafiada por vadiagem.

domingo, 19 de junho de 2011

Profissão Repórter e a Voz do Povo

Deixei de ver jornalismo na TV há um bom tempo. Tudo no Brasil e talvez no mundo parece seguir modismos e o mais irritante deles em minha modesta opinião é a enxurrada interminável de entrevistas com gente comum, o famoso POPULAR, que palpitam sobre qualquer assunto. 

Se o Copon sobe os juros, lá vem ele, o Popular, no meio da reportagem dar sua insuspeita opinião. Enquanto a repórter loira e fake  ainda está falando coisas óbvias e ululantes sobre a decisão do Copon,  a imagem capta lá no fundo uma camisa amarela em zig zag, cambaleante como um bêbado na ventania. É o nosso herói popular que se aproxima para seu momento de glória. E ele vem absorto em seus poucos pensamentos, assoviando uma musiquinha sertaneja qualquer. Sua barriga avantajada de cerveja e cachaça avança na frente com pelo menos uns 4 palmos de vantagem, mas ele é um brasileiro e não desiste nunca. Logo ele alcança a repórter, mas infelizmente em segundo lugar, e a encontra  estatelada no chão, atropelada pelo seu barrigão popular. 


Ela se levanta num pulinho e atira o microfone na cabeça do infeliz ao mesmo tempo em que acerta um potente chute nas suas virilhas adiposas protegidas por air bags estruturados com a gordura de ensebadas picanhas de pingaiadas churrasquícias dos fins de semana. 

Mas a repórter tem um clic, e percebe que o popular se encaixa perfeitamente nuns dos modelitos recomendados pela emissora para o recheio das reportagens incompetentes, conhecido pelo curioso jargão técnico de A Voz do Povo. 

Se a equipe de reportagem é do Rio de Janeiro, eles sacam suas pistolas e obrigam o pobre infeliz a participar, se de outros estados, eles ameaçam o pobre e relutante coitado de entregá-lo para o SPC caso ele não dê seu depoimento. 

Rapidamente eles ministram mini-curso básico de taxas de juros, Copon e sua influência no cliclo menstrual das baleias assassinas para o abestalhado popular. 

Assim que ele volta a si, depois de ter um surto cerebral provocado por tamanha quantidade de informações de uma vez só, estimulado por uma dose de cachaça que lhe foi enfiada goela abaixo com garrafa e tudo, a reportagem reinicia. 

A reporter loira e fake pega o microfone que estava caído no macadame envenenado e diz: 

- E vamos saber o que o POVO ( elas dizem isto com imenso prazer, como se estivessem entrevistando uma cabra cega do Lula), pensa a respeito do aumento da taxa básica de juros: 

- O senhor ai , o que acha do aumento da taxa de juros do Copon? ela diz de sopetão para o Popular que ainda está com os olhos esbulhados tentando engolir a garrafa da marvada pinga. Ele ameaça sair correndo mas a vaidade fala mais alto e ele pergunta: 

- É pro Fantástico? 

Recebe novamente a tradicional bofetada e outro chute, desta vez nas canelas, pois estavam em cadeia nacional, da repórter sanguinária, para que ele se comporte. 

O Popular olha para a câmera como se fosse um pelotão de fuzilamento e começa a balbuciar algumas palavras, deixando assim sua valiosa contribuição para à humanidade. 

- Eu acho que o Copão num podia fazê isso agora não. Eu tava para comprar  o ingresso da final do campeonato in 12 parcelas. Político é tudo safado mesmo. 


sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Som do Pará ( Call of the Wild)

Minha filha agrônoma e aventureira na Selva Amazônica,  que inspirou a mini-série  Marina Jones deste blog,  me trouxe de presente um CD de músicas do Pará. Pois bem, é muito interessante, é a primeira vez que vejo um gênero musical cujo som vem de um DJ, economizando assim, os instrumentos musicais.  Isto talvez motivado por alguma crise econômica que se abateu no meio musical Paraense gerando novas oportunidades e impulsionando a arte alí.


O  curioso é que as Bandas do tal Techno Melody, o novo ritmo Paraense, são invariavelmente lideradas por mulheres, normalmente com formato de pão francês mas quem rebola no palco é um bando de marmanjos, que dançam desesperadamente como se fosse a última vez ou talvez por receberem de acordo com a quantidade de reboladas que dão no palco sem se despencarem no meio da turba dançante. 


Estes eventos musicais ocorrem nos Risca Faca, locais onde a galera paraense se reune para desgustar o novo som do Pará, rebolar as cadeiras, flertar adoidado e praticando a fina arte de atirar facas uns nos  outros.

Sem dúvida Pará e Bahia são os estados mais musicais do país. Os baianos chegaram a desenvolver a grande invenção musical brasileira: o Berimbau, que tem uma nota só por pura preguiça. Mas, depois que Dorival Caime se aposentou, uma nova geração de baianos mais dispostos, desenvolveu o Axé Music e os trios elétricos, que relegaram ao ostracismo nossa grande contribuição a música mundial.

O pessoal do Pará pode ser até primitivo em termos musicais, mas sem duvida alguma eles têm lá seu ritmo contagiante,  sua jinga sensual e selvagem. São definitivamente um povo musical. Se o Rio de Janeiro inventou aquela coisa insossa e irritante que é o samba, que nem mesmo eles ouvem mais, o Pará inventou a festa musical. Claro, quase sempre acompanhada de duelos com pistolas, pelejas com armas brancas e emboscadas com dardos venenosos. Mas é pura nitro-glicerina.


Outra curiosidade Paraense, quem toma iniciativa da conquista amorosa são sempre as mulheres. Os homens só duelam depois para lavar a honra. Oh vida triste.

sábado, 11 de junho de 2011

Eu contra a VIVO 3G ou O Velho Guerreiro contra o Dragão da Maldade

Coletânea de posts publicados no Facebook ou no Twitter contra a Vivo 3G, em minha cruzada santa para a inclusão digital. Falando nisto, cadê o Sr. Ministro da tal inclusão digital. Aquele, marido da ministra bonitona.

Acesso VIVO 3G: a caminho do IML.
por Rogerio Rufino, sexta, 10 de junho de 2011 - Facebook
Tenho um Vivo na fazenda há mais de um ano, e me contentava com a estonteante velocidade de 50 Kbps. Pois bem, parece que a Vivo achou que isto era muito veloz e decidiu reduzir a velocidade para meros 10 Kbps. Reclamei 4 vezes: os atendentes parecem não saber bem o que é um acesso internet. Nada resolvido, reclamei na Anatel. Várias pessoas da Vivo me ligam mas ainda nada resolvido. O defeito, é na base station, mas eles continuam pedindo para eu desligar o modem, dar um reload na máquina e claro, ver se não tem nenhum sinal de mau olhado ou olho gordo na sala. Enquanto isto , no apartamento na cidade, compartilho um poderoso acesso ADSL CTBC, e já vi taxas de download de 20 Mbps. Cadê o tal ministro da inclusão digital? 

Missa de Sétimo dia de meu acesso VIVO 3G:
por Rogerio Rufino, sexta, 10 de junho de 2011 - Facebook
É com a alma consternada e traumatizada em terceiro grau, que venho convidá-los para a missa de sétimo dia de meu pobrecito acesso 3G, vitimado por febre dum dum, que o deixou em estado letárgico e catatônico nos últimos meses. No final da missa serão distribuídos santinhos do Barrichelo para próximo presidente da VIVO.

Extra. Extra. Extra. Deu no New York Times: 
por Rogerio Rufino, sexta, 10 de junho de 2011 - Facebook
Operadora VIVO 3G contrata estagiários para contar os bits trafegados pelos seus clientes. Exige-se primeiro grau e desenvoltura para contar até 60 em 1 minuto, que é a velocidade média dos acessos super-velozes da Vivo.


Finado VIVO 3G inaugura Cemitério de Sucupira! Vejam o discurso de Odorico Paraguassu
por Rogerio Rufino, sábado, 11 de junho de 2011 - Facebook
" É com a alma lavada, enxugada e constipada pela geada da madrugada, que tenho o dever funéreo e a honra de cumprir o ritual sepultaticio desta figurinha calamitosa e rastejante que é o nosso Finado VIVO 3G. Mas, vamos botar de lado os entretantos e partir para os finalmente. O nosso defunto compulsório ViVO 3G, desde sua meninice, já se enveredava pelo tráfico de dados de baixa velocidade. Nunca teve maiores ambicionamentos. Sempre foi um tipinho com grande futuro pelas costas. E agora, como antes, repousa em velocidade constante."

Extra. Extra. Extra. VIVO 3G Inova no Serviço Internet

por Rogerio Rufino, sábado, 11 de junho de 2011 - Facebook
VIVO 3G acaba de me enviar centenas de envelopes selados (com foto de uma tartaruga artrítica) para que eu possa enviar meus emails pelo correio. Certamente poderei comunicar com maior velocidade agora. Junto aos envelopes, veio uma correspondência com a missão da VIVO 3G: Conectar o maior número de pessoas em Qualquer Lugar. Se alguem souber onde fica esta cidade chamada Qualquer Lugar, me avise, pois não é aqui. 
Mas não é só isto, para cada cartinha que eu enviar, estarei concorrendo a modernas máquina de escrever, para substituir meus obseletos computadores, completamente inúteis, segundo os técnicos da VIVO 3G.
E não é só isto, juntamente com a máquina de escrever, receberei gratuitamente um mimeográfo para imprimir meus documentos. Você não se ufana? Eu me ufano. Thanks VIVO, you are my Hero.



Extra. Extra. VIVO 3G restaura a velocidade de meu acesso 3G
por Rogerio Rufino, sábado, 11 de junho de 2011 - Facebook
Após uma intensa batalha campal realizada no Facebook, Twitter e no meu Blog, a VIVO 3G, atende as minhas súplicas e desde as 13 horas de hoje, tenho acessado a Net com velocidade estabilizada em 100 Kbits, o que se trata de uma maravilha em termos de internet rural. Na fazenda o acesso ainda é 2G pois pego sinal de uma pequena cidade. Há promessa de acesso 3G ainda este ano. Thanks VIVO 3G. Now you really are my hero!.


Lamentavelmente meu acesso continua como antes e a Vivo me disse que a prioridade deles na minha área é atender o serviço de voz. No entanto, vendem o acesso Internet e cobram caro por ele. Isso num país mais sério daria cadeia.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Marina I. Jones de Volta ao Passado - Cap 12 (by Rogerio Rufino)

Queridos amantes empedernidos desta saga nebulosa, tempestuosa e mentirosa: a partir deste capitulo, esta trama entra em ritmo alucinante, inebriante e estonteante, com múltiplas viagens no tempo-espaço. Pronto, já que gastei todos meus adjetivos logo de início, voltemos para a história que é mais produtivo.

Como se lembram, o fogoso Dilmajet rodopiante com nossas aventureiras de plantão on board, foi abordado por um portal cósmico cujo piloto destrambelhado, desapareceu numa bela explosão estelar, espalhando no espaço sideral, um infinidade partículas penetrantes de alta-eneria, especialmente devido a um  logotipo do corinthias e de um jacarezinho da Lacoste que ornamentavam a vestimenta fantasiosa de nossa astronauta carnavalesca, o que gerou uma infinidade de multas do IBAMAspace, por espalhamento de lixo espacial radiativo sem a devidas guias de autorização de depósito do jeton dos fiscais espaciais. 

- Vamos dar o fora Pingajet, disse Marina Jones.

- Nãoooooooooooooo Protestaram Ana Label e Noemia Tónel agarradas ainda aos últimos recipientes do precioso nectar escocês.

Yessss, disse Mini Selmurai ao mesmo tempo em que se atirava no espaço, em direção ao grande portal que a este momento já estava em bandeira 2, devido o horário. A mine-joquei espacial pulou como de costume, totalmente despreparada esquecendo-se de   sua vestimenta espacial.

Marina Jones puxou suas duas amigas em coma alcoólico para o pequeno space51, um nave de fuga feita especialmente para o presidente em caso de pane, mais que provável,  no Dilmajet e pousaram no interior do Portal Cósmico. A pequena nave, por uma destas incriveis coincidências do destino, capturou a mini-joquei congelada no espaço que, ficou presa numa ponta de um dos imensos chifres que ornamentavam o capô do space51, como num daqueles Cadillac´s de cafetões texanos.

Já dentro do portal, Marina Jones tratou logo de depositar a  pobre freira congelada em cima da primeira geladeira que encontrou naquela catacumba do tempo. E ela ficou ali, freezing,  como um...um pinguim de geladeira.

Assim que se desvencilhou do sorvete ninja, Miss Jones  dirigiu-se a cabine de comando do Portal Cósmico. Uma maravilha tecnológica,  completamente pontilhada de pequenas luzes. No centro, uma espetacular cadeira de executivo, com numero de patrimônio da União e um santinho de Sarney para Senador de qualquer estado. As luzes na verdade eram velas, talvez em função de um trabalho elaborado de candomblé para evitar que alguns perigos do espaço sideral pudessem comprometer o Portal, como olho gordo e mau olhado.

Num crachá pendurado em um dos braços da fabulosa poltrona estava uma foto, que Marina Jones logo reconheceu como sendo do ex-piloto pirotécnico do portal  deduzindo que o serviço de bordo ali era de primeira pois a foto era recente, do atual estágio extra-corpóreo do aloprado piloto: um belo ectoplasma.

Mas, para sua surpresa, logo abaixo da foto, estava o titulo do piloto: Tenente coronel Dalva S., funcionário fantasma e piloto concursado de Portal Cósmico e lotado em Brasilia. 
- Caramba, balbuciou Misss Jones, até no espaço, a fronteira final, estes funcionários públicos estão espalhando seus tentáculos?

- O meu rei, finish, zé finit, chorou copiosamente Ana Label, ao verificar que a ultima garrafa do precioso blend escocês estava definitivamente vazia, o que não impedia que Noêmia Tonel, continuasse sorvendo a garrafa com indecifrável prazer, como num filme pornô. Aquela pouca vergonha espacial, ao menos serviu para despertar a mini freira de sua hibernação cósmica.  De repente o picolé de groselha glacial teve um surto de aquecimento global que fez com derretesse num átimo, sua camada polar e ela saltou do alto da geladeira com os olhos esbugalhados e se contorcendo como uma mini-serpente.

- Ticket por favor, soou uma voz como vinda do além. E era justamente ela, a explosiva astronauta com um picotador em uma das mãos.

- Ai Zizuias, um fantasma - exclamou a incrédula e rastejante Irmã Selmurai. 

- Onde , onde? - gritou desesperada o piloto fantasma e saiu correndo feito um fantasma doido  portal adentro.

- Bem, pelos menos, vamos viajar de qualquer forma com ou sem ticket e pelo visto, sem piloto, resumiu a situação Miss Jones.
- Senhor Chekov, velocidade máxima a frente, dobra 8, disse a Capitã M. Kirk Jones para o oficial de navegação que deveria estar em algum lugar da Tumba Cósmica Espacial.

Passados alguns segundos,  ouviu-se um leve tremor acompanhados de alguns estampidos nos escapamentos Kadron do Portal, mas em seguida roncaram-se os motores que mais pareciam as trombetas de Jericó, e assim que a luz verde acendeu, o portal desapareceu na escuridão eterna do espaço deixando apenas um rastro de luz.  Nossos aventureiros foram jogados na parede oposta do portal, e ficaram lá pregados como paquecas estelares, até que a o Portal entrou em velocidade cruzeiro.


Minutos depois Miss Jones percebe que o portal simplesmente freia no espaço, levantando um turbilhão de poeira cósmica. E engata marcha ré e dispara a dobra 6 ao som de Poeira, poeira, de Ivete Sangalo.

- O que houve senhor Chekov. 

- Senhor, esquecemos um passageiro.

Nossos incrédulos aventureiros olhavam boquiabertos a bela  carruagem shuttle real aproximar-se do Portal.  E então as portas se abriram e um tapete vermelho quilométrico foi lançado no espaço até o shuttle equino real.

A música Pompa e Circunstância ecoou na embarcação enquanto um passageiro era transferido para o portal: a Duqesa de Coimbra, Isabel. Ouvindo a músca, A Freira Niinja jogou uma perna para frente e colocou a mão no peito como se ouvisse o hino nacional.

Assim que entrou no portal, a Duquesa Isabel vendo a nossa mini-joquei Ninja ainda na posição de estátua patriótica,  a requisitou para ser sua mascote durante seu passeio estelar. 

- Senhor Chekov, velocidade máxima, disse Miss Jones

- Para onde mesmo Miss Jones?

- Para o futuro Sehor Chekov, qualquer lugar no futuro, respondeu entediada Miss Jones.

- Roger that, respondeu Chekov.

Algum tempo depois estavam em órbita em torno de uma planeta azul.

- Senhor Chekov, voltamos a terra novamente? perguntou Miss Jones

- Sim senhora, mas estamos a mil anos a frente de nossa era.

- Teletransporte pra todos,  vamos descer, disse Miss Jones e nossas aventureiras logo se viram em meio a uma floresta densa de enormes samambaias e plantas estranhas.

Claro em poucos minutos um Tiranossauro malvadão e barulhento perseguia nossas aventureiras que sairam em disparadas pela floresta primitiva. 

Ana Label e Noemia Tónel, ainda em coma alcoólico petrificado, ficaram estiradas no samambaial e foram ignoradas pelo Rex Malvadão que partiu em toda velocidade atrás de Miss Jones e da saltitante freira Ninja.

No próximo capítulo: a louca espada ou De volta ao Futuro 5









domingo, 22 de maio de 2011

Marina I. Jones e o Portal Cósmico - Cap 11 (by Rogerio Rufino)

Como é sabido de todos aqueles que lêem esta saga apocalíptica, eu e minha mãe, muito embora ela leia apenas o títulos dos capítulos, nossas aventureiras Mis Jones e Freira Selmurai estavam a bordo do Dilmajet, o jato tupiniquim movido a álcool e cachaça,  orgulho de nossa indústria espacial fumegante e idealizado num sonho embriagante e rastejante de um ex-presidente, que em seu voo inaugural, acabou perdido no espaço sideral, lá pelos quintos da tal fronteira final, onde nenhum homem jamais esteve e dentro dele, nossas audaciosas desbravadoras intergaláticas, estavam a procura de sobreviventes na catacumba giratória de Pindorama, que neste momento aproximava da velocidade da luz.

Miss Jones estava na segunda fase de sua missão de explorar novas vidas, novas civilizações....Um minuto, isto é  Jornada Nas Estrelas, outra série. Voltemos pois, a Marina Jones.  Ela se  embrenhava agora pelo minhocão, conforme era chamado o tunel que ligava a cabine dos 20 passageiros ao imenso reservatório de álcool da aeronave,  necessário para que o avião beberrão (idéia do ex-presidente)  pudesse fazer viagens relativamente longas, como as da ponte aérea São Paulo / Campinas. Acompanhava Miss Jones, Ana Label com sua sacolinha tilintante de garrafas do mais puro malte escocês.

- Eu disse para você Miss Label, que carregar 20 garrafas não seria fácil - resmungou Miss Jones.

- Dezenove amiga, uma já foi, ic ic,  retrucou Miss Label.

O interior sombrio do Minhocão estava repleto de bugigangas importadas, principalmente caça-níqueis mas nenhum sinal de sobreviventes. Seguindo em frente,  elas se depararam com as bombas de reabastecimento da aeronave, mas não havia nenhum dos cinco frentistas, que também eram funcionários públicos e conforme mencionado no capítulo anterior, haviam saltado com seus para-quedas, às 5 da tarde juntamente com os demais membros da tripulação, para bater o ponto e ficar numa boa.  

Um pouco mais a frente, estava o 7-eleven,  a loja de conveniência do avião. Dentro dela, um assustado indiano com um turbante, não parava de falar:

- are baba, are baba , are baba! plim plim

Miss Jones deduziu que era um Indiano falso da Globo e seguiu em frente rumo a adega do avião, mas deixou um saquinhos de pregos para que o Bhanuprasad  fizesse uma caminha e tirasse uma sonequinha pra se acalmar.


Dentro da adega, outra aterrorizada sobrevivente, conforme podemos ver na foto ao lado. Logo que entrou,   Miss Jones pode constatar toda a expressão de horror nos olhos de sua amiga Miss Tonel, Noêmia Tonel (Pronuncia-se Tónel). Ela estava ajoelhada  coletando um pouco da aguardente do "Homi", para molhar sua própria testa, numa tentativa desesperada de acordar daquele pesadelo alucinógeno espacial.


_ Vamos Noêmia, vou tirá-la daqui, a aeronave está prestes a se desmantelar - explicou Miss Jones

- Nãaaaaaaaaaaao, volta lá pros Tocantins Marinex. Daqui não saio, daqui ninguém me tira, respondeu Miss Tonel. E depois,  ajoelhou, tem que rezar!

Marina, profunda conhecedora do ser humano, pode identificar os sinais do profundo stress psicológico que sua amiga estava passando em função daquela desafortunada viagem mas, ela teve que ser dura, o momento exigia isto.

- Ok Noêmia, levante-se daí, vamos sair já e não me peça  para levar 20 Toneis de lembrança, como a Miss Label. Comigo não violão.

- Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa´, o choro incontido de Miss Tonel  revelava toda a dureza da tragédia a ser superada. 


- Naquele instante Águia Samurai, nossa muppet freira, visualizava no Google Earth alguma coisa não identificada se aproximando velozmente do Dilmajet Twister. Estranhamente a trilha sonora da espaçonave alienígena era uma mistura de Hari Krishna! com Sidney Magal, o que fez com que a Irmã Selmonela levantasse de um pulinho só e jogasse sua burka no chão. Calma pessoal, debaixo da burka, aparecia a vistosa vestimenta de Ninja da Irmã Samurai.


- Iaaa iooo iuuuu Iaaa, gritou Irma Selma Lee enquanto fazia aqueles gestos de bicha ninja na TPM e num átimo, decolou como uma águia, sibilando no espaço  enfumaçado e sombrio do caveirão voador, a procura de Miss Jones, não sem antes, lógico, bater o cabeção num tonel de cachaça 51 que explodiu, lançando centenas de litros da "marvada pinga" no chão da aeronave, o que fez com que literalmente despencassem do alto do Dilmajet fantasma, diversos sobreviventes barrigudinhos que correram desesperados e mergulharam na poças etílicas para sorverem até a última gotícula do precioso nectar (arghhhh) presidencial. Depois, estatelados no chão, ficaram misteriosamente falando uns para os outros: companheiro! companheiro! Love you! (blarghhhh)


Finalmente águia Ninja pôde revelar sua descoberta a Miss Jones: Um imenso portal cósmico estava estacionando junto ao Dilmajet Rodopiante. Foi chegando de mansinho, acendeu o pisca pisca  e... começou a fazer a baliza, estacionando logo atrás do Pingajet. Assim que o pisca alerta foi acionado, abriu-se uma escotilha. Deve ter sido a escotilha errada, pois o piloto caiu como um cacho de bananas no espaço, a fronteira final,  aquela lenga lenga que vocês já conhecem. E ficou alí boiando mais parecendo um grande Zepelin branco. 


- Vá lá Selmaninja e pesque o infeliz, disse Miss Jones a Ninjaniaca.


- Prá jare, respondeu a Vaticongue ao mesmo tempo em pegava uma das suas estrelas ninjas e atirava no saco de batatas espacial.


- Nãaaao Samurai, é para jogar o laço - Plowww.   Mal miss Jones  havia acabado de falar  e o Zepelin Pluft explodiu na escuridão abissal do espaço, laçando fogos  em todas as direções.


_ Ai Zizuis, São João aqui começa em Maio, - concluiu a Mini  Freira começando a  dançar quadrilha alí  mesmo até ser catapultada ao espaço, por uma garrafada atirada   Miss Label. 


- Dezessete marinex, dezessete Marinex, cantarolou Miss Label, se referindo as garrafas de whisky restantes.


- Ops, dezesseis , dezesseis, retrucou Miss Tonel, agora sócia compulsiva de Miss Label.


Dalva: Piloto de Portal Cósmico e Facete
- Miss Jones com seu chicote, capturou a Freira Ninja que já se distanciava do Dilmojet. Quanto ao piloto do portal, só deu para recuperar sua foto,  com seu nome autografado no verso. Mas seu feito foi heróico e para sempre será lembrada como a primeira mulher na história das explorações espaciais a realizar uma baliza sem erros  e pilotando um portal cósmico do tipo rabo de peixe. Definitivamente não é para qualquer uma.








No próximo capítulo: o próximo capitulo.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Marina I. Jones Rumo ao Espaço: A Fronteira Final - Cap 10 (by Rogerio Rufino)


Orgulho da indústria aérea tupiniquim,  que levou em seu voo inaugural, nossas aventureiras rumo ao desconhecido.

Amigo leitor, como certamente você está careca em não saber, pois nunca leu nadica de nada desta saga por ter coisas melhores para fazer, no ultimo capitulo desta mini-série, nossas aventureiras, Marina Jones e sua fiel escudeira e muppet freira Selmurai, embarcaram sem querer querendo, no voo inaugural do Dilmajet, o primeiro jato de grande porte do mundo movido a álcool combustível. E como a tripulação da jeringonça voadora era composta de funcionários públicos, aconteceu o óbvio: faltando 5 minutos para às 5 da tarde, toda tripulação saltou de para-quedas da aeronave, para bater o ponto e ficar numa nice, um relax total, tomando uma cervejinha e lendo o jornalzinho do sindicato para ver quando será a nova greve geral. E o calhambeque espacial seguiu viagem conduzido somente por um nordestino boa praça, conhecido por PA, carinhosamente apelidado de Piloto Automático genuinamente tupiniquim pela tripulação pára-quedista.

Com seu espanador, ele ia limpando cuidadosamente os instrumentos do painel da aeronave, composto por três relógios de parede, sendo um de cuco e um velocímetro de um fusca 68, enquanto lá fora as turbinas urravam com fervor patriótico.

Marina Jones deu uma olhada naqueles instrumentos, mais precisamente no velocímetro do fusca 68 que pertenceu ao Itamar Franco e pode ver toda a gravidade da situação: estava na hora da primeira troca de oleo do Dilmajet. No mesmo instante, soou um alarme e luzes vermelhas piscaram em toda a cabine e finalmente, uma voz do Cid Moreira, como que vindo do além, soou pela cabine em tom gutural: na primeira revisão do Dilmajet, use somente Lubrax 4, o óleo preferido por 9 em cada 10 estrelas. Boa noite.

Selmonela ouvindo aquilo, sacou uma garrafinha de óleo de peroba e abriu a saída de emergência da fortaleza voadora, que mais parecia uma espaçonave klingon, provocando um súbita despressurização que, lançou ao espaço metade dos passageiros, que posteriomente ficaram conhecidos como perdidos no espaço.

Como desgraça pouca é bobagem, Irmã Selmaníaca que teoricamente deveria ter se tornado a primeira mini freira lost in space, acabou conseguindo se segurar numa das turbinas do avião, que originalmente eram destinadas a usina elétrica de Tucurui mas, devido a pequeno erro na licitação fraudulenta, foram adquiridas duas turbinas adicionais para a hidrelétrica, pela módica quantia de 100 milhões de dólares cada uma, já incluso os 30%, divididos da seguintes forma, conforme registro no cartório de Brasilia: 10% para o mensalão, 10% para comissão do negócio e 10% para comissão de frente. Mas esta é outra história. O fato é que não tendo as duas turbinas serventia para nada, resolveu-se por bem reaproveitá-las no jangadão voador a jato alcoolizado do presidente.

Pendurada na imensa turbina, Muppet Selmurai, como de costume, inverteu a ordem das tarefas e abriu primeiro o bujão do carter da turbina, e o óleo foi-se espalhando como uma imensa cauda preta no espaço sideral, que se decompos em pequenas gotículas, e naquela noite uma chuva negra caiu sobre a floresta amazônica, aniquilando grande parte de nossa rica biodiversidade e dando um grande impulso no crescimento da congada entre o povo amazonense que amanheceu como macunaíma, todo lambuzado de oleo 90 queimado.

E como turbina sem óleo não gira, um grande estrondo se ouviu quando ela subitamente travou, e ao parar fez com que a aeronave girasse ao seu redor, lançando os últimos passageiros ao espaço, que desta vez nem reclamaram, pois já estavam de saco cheio daqueles solavancos e da paisagem monótona, a escuridão total do espaço sideral.

- Ai Zizius, minha garrafinha de óleo de bacalhau foi para o espaço, gritou a freira Selmurai, ainda agarrada na turbina, e o pior de tudo, a garrafinha era de óleo de peroba.

Marina Jones, por ser nossa heroína e aventureira, não foi lançada ao espaço como os demais passageiros, que estavam ali só como figurantes da história, justamente para este fim. Eram como aqueles guerrilheiros esquisitos que morrem, como moscas, logo nos primeiros minutos dos filmes de ação, servindo apenas para empolgar a turba ignara no cineminha ou em casa, quando assistem a um filminho pirata.

Misss Jones permanecia calmamente, falando ao telefone por satélite e andando em volta da cabine giratória do avião enquanto gesticulava com os braços. Estava negociando outra venda de herbicidas para um grande ruralista e não tinha muito tempo naquele momento para aquelas coisinhas que estavam acontecendo ao seu redor. Mas, assim que a ligação terminou, por falta de bateria, uma hora depois, Marina Jonas, com seu chicote, capturou a muppet freira que ainda estava pendurada na turbina fumegante.

- Chalapp, foi o som que não se ouviu do chicote acertando as partes pudentas de Miss Selmurai, protegidas apenas pela sua tradicional burka. Não se ouviu som, pois naquele momento o avião ventilador já estava no vácuo cósmico ou espaço: a fronteira final. E já girava numa velocidade superior a do som em torno do seu eixo, ou seja, da turbina sem óleo de bacalhau, mais uma realização de Selmurai Entertainment Arts.

- Muppet Selma, vamos vasculhar a aeronave a procura de algum sobrevivente - disse Miss Jones.

- ai ai ai ui ui ui ui, si si, procurare eh com Selmurare, respondeu a Irmã Lusitana Selmurai, e foi logo acessando o Google Earth a procura dos tais sobreviventes na nave.

Miss Jones desistiu e saiu vasculhando o interior do sucatão giratório, passando primeiro pela cozinha da aeronave para tomar seu leitinho com Nescau. Um copão de meio litro.

Depois que limpou o bigode de leite, ela continuou sua buscas com sua lanterninha vasculhando as catacumbas do Dilmajet. E logo que abriu o bar do avião: uma sobrevivente. Escondida em meio as garrafas de Whisky, estava sua amiga Ana Nery, uma francesinha do Maranhão residente em Goiás.


- Ai meu Guizuzinho, estava tão bom aqui, lamentou a francesa, deixando uma garrafa de Black Label cair ao solo.



A foto ao lado foi tirada por Miss Jones, usando seu Iphone 6 por satélite, e podemos ver na expressão da Ana nery, todo seu pavor por estar alí naquele ambiente etílico e em meio a  aquela tragédia toda, com o lixão espacial. Definitivamente não foi fácil arrastá-la dalí.  Miss Jones teve que usar de sua astúcia para removê-la, mas no final, ela cedeu, desde que levasse de lembrança daquela tragédia, 20 litros dos mais puros maltes escoceses.



No próximo capitulo: a busca continua e novos sobreviventes são achados por Miss Jones, Selmurai Face e Ana Label e o aspirador Dilmajet atinge a velocidade da luz levando nossas aventureiras para outra dimensão e sem o uso das lembrancinhas etilicas de Misss Label.

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