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quarta-feira, 9 de março de 2011

As Redes Sociais e o Futuro da Internet


A Internet é o reflexo da sociedade humana, que se move em ondas, modificando padrões, comportamentos e interesses, sem nunca  encontrarmos ao certo o motivador ou o responsável por estas mudanças. Elas, assim como na evolução das espécies, simplesmente acontecem. 

No início a Internet se resumia aos mecanismos de busca, tipo Yahoo, Alta Vista, que eram muito ruins, mas que permitiram o acesso generalizado ao conhecimento humano numa forma sem precedentes na história da humanidade. 

Lembro que lá pelos idos de 1996, minha filha teve um problema de saúde e fui a um médico especialista munido com uma serie de paginas impressas de pesquisas que fiz na web dos EUA, pois artigos em português eram muito raros e ruins. O tal especialista ficou surpreendido com a quantidade de informações e no final da consulta me confiscou os papers e alí eu percebi que a sociedade nunca mais seria a mesma. Os donos do saber, os especialistas estavam sendo forçados a se atualizarem num ritmo nunca visto antes, pelos mecanismos de busca e a curiosidade inata dos internautas.

Nesta época surgiram os primeiros softwares para a comunicação de voz na internet, que assustaram muita gente e que levaram muitos gurus a apostarem no fim das empresas de telecom. É claro que não havia nada de graça: o pobre usuário investia 1000 dólares num computador achando que estava falando de graça e o pior é que no final, nem mesmo conseguia falar, pois a velocidade de acesso era tão baixa e os delays tão longos que uma comunicação de voz era uma fantasia de uma noite de verão. Mas tudo isto vai mudar quando sair os acessos banda larga, diziam os profetas.

Claro que  tudo mudou, os internautas compraram mais celulares que nunca e foram abandonando rapidamente os pré históricos telefones fixos. A telefonia via banda larga migrou seu foco, saiu da linha amadorística via internet e criou um termo pomposo chamado VOIP, que na verdade era a mesma porcaria, utilizando o protocolo TCPIP, que é o protocolo da Internet, para realizar chamadas de voz via a Internet. A diferença básica é que , na telefonia via internet, a ligação se realiza através de 2 computadores utilizando um softwarezinho baratinho e geralmente distribuído gratuitamente e no  VOIP, ela pode acontecer entre computadores mas também entre computadores e telefones e entre 2 telefones. Até que funciona, embora ás vezes você tem a impressão que está falando dentro de uma vasilhame de metal. 

Mas por que existe o VOIP se a telefonia tradicional é muito melhor? Simples, a industria telecom virou um oligopólio, no qual  industrias obsoletas impõem ao mercado modelos de serviços do século passado e sem nenhuma pressa de mudar, esperando que os meninos, inocentes úteis da indústria VOIP desenvolvam seus brinquedinhos que as forcem finalmente a rever seus preços e claro também lançarem seus serviços VOIP que, irão levar a bancarrota as novas empresas VOIP. Quem possui os backbone, as fibras ópticas e os equipamentos de comunicação, não podem ser tirados do mercado por uns servicinhos tipo Skype. They got the power. É preciso algo mais para sucumbir as old fashioned telephony companies.

Lá pelos idos de 1999 veio a onda free. Tudo seria free e a receita viria das propagandas. Musica, filmes, serviços internet, hosting, email e muitas outras bobagens.

Nunca acreditei muito nisto e achava que musica e filmes seriam taxados por unidade e transmitidos via internet. Isto só aconteceu na música via Apple. Com os filmes, agora que a coisa está se desenrolando pois, Hollywood é meio arcaica neste negócio. Naquela época o chique eram os projetos de video on demand que provocavam frenesi e suspiros entre os membros do board das empresas telecom. 

Eu também vagueava pelas industrias americanas procurando viabilizar o video on demand mas cada vez mais, as coisas ficavam mais complicadas. Enquanto procurávamos resolver problemas tecnológicos, de preços e até legais, esquecemos o fundamental, a internet estava destruindo a televisão e o cinema. E olhe que nesta época nem sequer existiam as redes sociais.

Mas o Google já havia mostrado sua face e mudou radicalmente para melhor a Internet mas, manteve intacta seu modelo. E em 2006 nascia o serviço que talvez seja a pá de cal na TV, o You Tube, mas isto ainda leva alguns anos de desenvolvimento de negócios e tecnologia.

Correndo em paralelo, vinha a onda dos Blog e até eu me tornei um blogueiro, embora tardiamente, pois na fazenda não havia internet, até que o serviço chegou  via celular e mudou alguns hábitos. Na mesma época, houve a introdução da TV de alta  definição no Brasil. E como era época de copa do mundo, ganhei de presente uma TV de 42". Bem, confesso que ligamos a TV umas 3 vezes, pois a internet era mais interessante. Conclusão, eu que tinha assistido todas as copas pela TV, pela primeira vez desprezei olimpicamente o evento apesar do chamariz da imagem em alta definição. Percebi então, que a televisão, se não mudar radicalmente, tem os dias contados. Mas o que ela pode oferecer: internet? acesso ao You Tube? Bem, tudo isto já temos na net. Não vejo como ela pode se salvar. A nova geração de jovens internautas não saberá o que é televisão, pelo menos esta que conhecemos hoje.

Mas apesar de várias tentativas isoladas, não havia nada na internet que unisse uma  das necessidades básicas do ser humano que é o contato social. Experimentou-se chats, listas de discussões e outras coisas mas nada teve o impacto do Facebook. Embora o Brasil seja um caso a parte, em que o Orkut ainda domine, talvez pela simplicidade e pelos joguinhos em português, o Facebook está conquistando rapidamente o publico mais elitizado, que  foge do Orkut como o Diabo da Cruz.
Claro que o FB é superior, mais leve e com muito mais recursos  que o  Orkut. Mas a migração para o FB deixou a muito de ser por qualidade ou recursos e sim por status. Não exatamente social, mas pior ainda, cultural.

E o FB veio como um Tsunami e eu sinto que até agora não foi assimilado ainda pelo Google, que até um ano  atrás parecia maior que a Internet. Da noite para o dia, o Google ameaça se transformar em alguma coisa secundária, que presta serviços a rede do FB. O You Tube, na minha opinião, hoje é o maior acervo do Google.  O resto virou commoditie.

Para as pessoas, uma página no FB, Linkedin ou Twitter passa a ser um requisito básico entre ser ou não ser. Pessoas que renegavam a Net, que prezavam sua privacidade não podem mais lutar contra a nova onda das redes sociais até mesmo para uma questão de sobrevivência no mercado de trabalho.

E os blogs perdem um pouco sua importância como universo independente e talvez migrem para dentro das redes sociais.

Twitter e Facebook nos permitem hoje algo assustador. A filtragem em comunidade das  informações relevantes. Antigamente precisávamos pesquisar e filtrar notícias, informações úteis e interessantes. Hoje se você tem 200 amigos, eles fazem este trabalho para você e você está livre, podendo se especializar, buscando especificamente assuntos  de sua área de interesse, pois os assuntos gerais serão garimpados pelos amigos. A evolução da sociedade se multiplicará num ritmo nunca antes sonhado.

Claro, tudo tem seus pontos negativos, mas não posso negar o valor das redes sociais, até mesmo para resolver questões sociais que antes eram da alçada do governo ou das ONGs. Na verdade comunidades ou grupos dentro do FB já competem com as ONGs.

Se você ainda não possui sua página numa rede social, com certeza ainda vai possuir. 

Um comentário:

  1. Muito bom artigo! Era uma vez o Orkut, agora é a era do Face e Twitter...o que será que vem depois?

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