Marina I. Jones Os Executivos Aventura Humana Tecnologia Mundo Rural Colaboradores

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Segredo da Felicidade (by Rogerio Rufino)

Quem teve o privilégio de ler O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald, one of my favorites, que por uma destas incríveis coincidências do destino, vim a descobrir que ele nasceu e está sepultado numa cidadezinha, chamada Rockville, MD na qual morei por dois anos com minha família nos EUA.
Minha esposa que, tem o estranho gosto de visitar cemitérios, conheceu o tumulo de Fitzgerald, e voltou encantada com a beleza insólita do pequeno cemitério em que ele repousa.
Confesso que meu interesse por Fitzgerald se limita a seus livros, mas fui forçado a levá-la a Arlington, o famoso cemitério militar americano. Tem uma beleza despojada e ao mesmo tempo sombria e sem dúvida alguma histórica, pois ali repousam as mais altas personalidades americanas.

Mas o livro Grande Gatsby inicia-se assim e eu nunca me esqueci disto, coisa que assombrou minha esposa certa vez, como eu poderia lembrar uma frase completa de algo que li na minha juventude. Como eu disse num post anterior, certas memórias, às vezes permanecem por muitos anos, às vezes por toda eternidade.

“Em meus anos mais juvenis e vulneráveis, meu pai me deu um conselho que jamais esqueci : - Sempre que você tiver vontade de criticar alguém - disse-me ele - lembre-se de que criatura alguma neste mundo teve as vantagens que você desfrutou.”

Bem, meu pai nunca me disse algo parecido, mas eu conhecia ou imaginava algumas vantagens minhas, que não eram materiais como no caso do Gatbsy, mas que me permitiram olhar a vida de uma maneira mais ampla, mais espacial e menos limitada, me possibilitando um controle maior sobre o meu destino e sobre as pessoas com quem me relacionei.

Mas isto ao mesmo tempo me tornou uma pessoa um pouco diferente do padrão. Tive poucos amigos íntimos, mais especificamente na adolescência e na juventude, antes de constituir minha família. Depois que me casei, foi afastando lentamente até que, eu me lembre, não restar um único amigo intimo.

Mas sempre tive um carinho especial pelas mulheres, talvez pelo fato delas terem mais sensibilidade e os assuntos não ficarem limitados a futebol, cerveja, churrasco e mulheres. Nunca entendi os três primeiros, na verdade até a faculdade gostava de jogar futebol, mas foi só mas também sei nunca esta coisa limitada e sem sentido é a alegria do povo: eles precisam de tão pouco!

Como eu disse, acho as mulheres muito interessantes, mas não para ficar comentando numa rodinha de marmanjos, mas cada um vive da forma que gosta.

E lá ia eu por caminhos desconhecidos, me inebriando com coisas absolutamente sem sentido para maioria dos mortais. Certa vez, na minha juventude e me lembro de ler Suave é a noite de Fitzgerald, um belo livro ao som da Flauta Mágica de Mozart, o meu primeiro contato com esta ópera. Foi uma experiência insquecível. A música consegue transformar um romance e eternizá-lo em nossas mentes como se tivessemos vivido tudo aquilo. Não sei se as pessoas sentem algo assim, mas só o que eu posso lhes dizer é que, são coisas que definitivamente tornam esta nossa vida, algo extraordinariamente mágico e belo, alguma coisa que já nos faz sentir saudades antes mesmo da partida.

Mas ela também sabe ser cruel. Olhando algo que escrevi em 1982, mais exatamente em agosto, 21 que, felizmente, não lembro mais o motivo, mas com certeza algo muito doído. Felizmente tenho péssima lembrança para as coisas ruins.

“Estas são as palavras mais amargas que já escrevi. A dor que se prenunciava, irrompeu numa intensidade quase insuportável, sepultando, num repente, dias verdadeiramente felizes.
Sempre que estruturamos razoavelmente nossas emoções, que articulamos nossos sentimentos, há um desmoronar súbito, lançando por terras as ruínas que nos sustentam.
Há uma profunda perversidade nas pessoas. A crença no gênero humano é tarefa para néscios.
Como é fácil destruir e como é difícil renascer. Morremos várias vezes e nascemos diversas outras. Não saberia dizer qual a mais dolorosa. Somos meros espectadores diante da realidade dos fatos.”

Felizmente não encontrei muitos relatos assim, o que mostra que a vida em geral é muito mais interessante do que as pessoas em geral dizem, reclamando de não terem mais contentamento e de viverem num imenso vazio.

E o mesmo Fitzgerald disse:
“Os guardas mais fortes são colocados ao portão que a nada conduz. E isto talvez pelo fato de ser o vazio uma coisa muito vergonhosa para ser divulgada.”

Já conheci a muitos e já senti que uma imensa maioria vive sem ambições, sem grandes objetivos ou objetivo algum, completamente perdidas no vazio que assomaram. As vezes isto me choca, tento mas não consigo ajudar. Uma coisa aprendi, se você tem seus sonhos, isto não lhe dá o poder de ser um vendedor de sonhos. Invariavelmente faço o esforço e invariavelmente não consigo transmitir aquela centelha que vai modificar a vida de uma pessoa. Não consigo transmitir ao mundo a beleza de nossa existência. “Ao mundo” é exagero poético, pois nem mesmo aos mais próximos tenho conseguido êxito.

Às vezes, por um minuto, temos a esperança, mas sempre sei que, logo, a pessoa irá retornar para sua realidade cinzenta e sem esperanças.
Esta falta de sonhos, de ambições, de vaidades, de desejos, fé, a despeito de todas as dúvidas, todas as oposições, parece ser cada vez mais comum no universo feminino. No masculino, não tenho a menor idéia. Talvez o futebol, cervejas e outras bobagens ajudem, não sei.

Em meus anos de trabalho em empresa telecom, pude sentir o imenso vazio que havia atrás dos olhares de companheiras de trabalho: a melancolia do irrealizável, da desesperança, da solidão, das ilusões perdidas, a descrença do amor e ao mesmo tempo na sua única esperança. Compreendi que , para uma mulher, o segredo da felicidade reside em encontrar o verdadeiro amor, esquecendo-se que, a felicidade está dentro de nós. Se não sabemos ser felizes conosco, não seremos com mais ninguém.

Um amor pode nos dar a felicidade plena, a confiança, a segurança para os momentos difíceis, mas não pode dar a felicidade para quem não a possui. Ela pode até acontecer, mas vai desaparecendo lentamente e se perde, às vezes para sempre.
To Be Continued 
 This article is copyright to the author and may not be reproduced without permission.

7 comentários:

  1. Pai,

    Concordo com você que nada adianta amar os outros se não nos amamos, se dependermos sempre de outros para sermos felizes nunca seremos...

    Porem o contrário também é verdadeiro, podemos nos amar muitoo mas ninguem vive na solidão....o ser humano precisa sim de alguem para compartilhar sua vida....

    Vejo que quando tenho a oportunidade de conversar com pessoas mais velhas sempre escuto as mesma coisa...QUE SOLIDÃO...vivo sempre sozinha....ou seja por mais que na vida buscamos um companheiro ideal, amigos "ideais"" no final da vida nos encontramos sozinhos....

    Na realidade se pensarmos bem e analisarmos friamente o ser humano é o animal mais sozinho, pois como confiar nas pessoas?? A moral a vergonha, os bons costumes que antigamente eram tão valorizado hoje são meros "cliches", e tudo depende...nada mais é certo ou errado...td depende...para um mundo de dependes o ser humano terá que adaptar a viver cada dia mais sozinho....
    ...pois se não podemos confiar nas pessoas que mais amamos...em quem confiar!??

    ResponderExcluir
  2. ...sobre o ser humano dentro das empresas poderia escrever um artigo para você, mesmo com poucos anos de experiencia a armagura, o arrependimento e o sentimento de exaustão são claros hoje nas grandes empresas...com tanto a se fazer e tão pouco tempo...td se tornou questão de sobrevivencia...o prazer em trabalhar as conquistas ficaram em segundo plano..pois afinal tds tem uma familia para criar....um bom tema para um artigo....

    ResponderExcluir
  3. Roger meu amigo... você abordou um tema hoje que está diretamente relacionado com as atividades que desempenho no meu dia-a-dia, nestes últimos anos. A felicidade, como vc bem disse, deve ser identificada dentro de cada um de nós. Sem este alicerce, não podemos construir mais nada de maneira adequada.... Devemos lembrar tb que, quando identificamos a verdadeira felicidade, teremos condições plenas de estabelecer sob nossa vida as "construções mais adequadas", apropiadas e congruentes com o que é mais importante para nós. E se um dia errarmos, teremos sempre força para irmos de novo em busca do que irá fazer a diferença em nossa vida. Precisamos nos conhecer, nos permitir, nos entregar a uma viagem do auto conhecimento. Pode ser uma viagem longa, e pode ser bem mais rápida... em um final de semana meu amigo, temos conseguido ser a ferramenta que milhares de pessoas tem utilizado para se reencontrarem, se redescobrirem, e o mais importante, identificarem o que é mais importante para cada uma delas. Meu amigo Roger, sei que vc irá participar em um final de semana conosco do treinamento VOCÊ, em Uberaba, ou aqui em Miami(deixo aqui o site para quem quiser conhecer: www.1234voce.com.br). Sei também que será uma troca gigantesca quando da sua participação, uma experiência única, e que nos reaproximará ainda mais... Amo vc meu amigo!!! Fique com Deus, we´ll always keep in touch from now on. Take care!

    ResponderExcluir
  4. Querido pai, posso te afirmar que voce consegue sim, e de maneira unica, brilhante, fazer as pessoas refletirem sobre suas vidas, e isso sim que é a verdadeira ajuda, ninguem anda pelos pés de ninguem, o nosso dever é exatamente acender a centelha, o resto é responsabilidade de cada um.
    Eu sinceramente acho que o mágico da Vida é este nosso retorno a realidade cinzenta, seria muito comodo, e sem graça encontrarmos um próposito de vida e sermos eternamentes felizes, isso devemos deixar para as historias infantis...pois não existem!
    Fico desolada com os tombos da vida, mas quando me ergo, me sinto renovada, com frio na barriga, esse é o bom da vida, mas é aí que a maioria das pessoas se perdem, por comodismo, preguiça, cansaço...
    As vezes tambem me pego pensando, será que as pessoas que no "nosso" ponto de vista tem objetivos pequenos são realmente mais infelizes?
    Acho que isso cabe a cada um medir, conheço os dois lados, e acho que nunca saberei a resposta...
    Na verdade cada pessoa merece ganhar exatamente aquilo que dah...e estamos sempre cobrando dos outros muito mais do que fazemos!!!

    ResponderExcluir
  5. Karen, vou pensar na sua sugestâo. Mas os seres humanos são assim, tem virtudes e fraquezas, alegrias e tristezas, cabe a gente admitir isto pois tb somos assim. Beijo

    beto, engraçado, eu nunca havia ouvido falar de PNL, mas se temos algumas ideias parecidas ótimo. Mas cuidado, muitos dizem que não sou lá muito normal, risos Um abração.

    Kellinha, estou aqui maravilhado com seu texto, o estilo, ele me encantou. Se continuar escrevendo assim, vai longe. Você foi direta, e captou a atenção. Quer uma coluna no meu Blog. Sei que o seu faz mais sucesso, mas sou magnânimo sempre. Um beijo

    ResponderExcluir
  6. Nunca procurei minha cara metade...talvez por me considerar "inteira"...(pretensão).Nos últimos anos percebo que não choro mais...não que não me sinta triste algumas vezes, mas sei que minha dor é muito pequena comparada a dor dos outros!!!
    Mas ontem senti uma dor muito profunda quando cortaram o pinheiro aqui de casa...
    Era tão alto...sem defesa foi derrubado!!

    Procurando entender os outros , na verdade estamos tentando nos entender...

    ResponderExcluir
  7. Que texto pungente, no que concerne a minha alma agora, tudo é formidável, inclusive os comentários, mas não consigo ver a felicidade dependendo só de mim, posso estar alegre, contente, alto astral que podem ser um pouquinho de felicidade, mas ela completa talvez nem exista, talvez tenhamos que captar cada pedacinhos destes e ser feliz com o que tem. E concordo com sua filha Kelly, pedimos demais e damos muito menos.... É preciso refletir!

    ResponderExcluir

Países Visitantes desde 23/agôsto/2010
info tráfico
contador visitas blog

Image by Cool Text: Free Graphics Generator - Edit Image